Fusão com a Boeing preocupa funcionários da unidade da Embraer de Botucatu

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Fusão com a Boeing preocupa funcionários da unidade da Embraer de Botucatu 28 julho 2018

Os cerca de 1,8 mil trabalhadores da unidade da Embraer em Botucatu (SP) entraram em clima de apreensão após o anúncio de fusão com a gigante norte-americana Boeing. O temor é de que o acorda possa colocar em risco o emprego dos trabalhadores na cidade.

Ao mesmo tempo em que alguns trabalhadores acreditam que a fusão pode deixar a empresa mais competitiva, a falta de informações mais objetivas sobre os detalhes do negócio traz incertezas à categoria.

“Essa parceria pode deixar a empresa mais competitiva no mercado, mas até agora os detalhes estão muito confusos, não há informações sobre a questão dos empregos aqui no Brasil”, disse o mecânico ajustador Marcos Alexandre Barbosa.

No início do mês, Embraer e Boeing anunciaram um acordo preliminar para uma joint venture, uma forma de sociedade comercial, que propõe a criação de uma nova empresa que será responsável pelo desenvolvimento dos negócios e serviços de aviação comercial.

Um memorando assinado pelo presidente da Embraer informa que, com a fusão, a empresa americana vai ter 80% de participação na sociedade e a Embraer 20%.

No mês de maio, o Ministério Público do Trabalho (MPT) emitiu uma notificação à Embraer e à Boeing do Brasil recomendando que as empresas incluíssem, nos termos da fusão, garantias para a manutenção dos empregos no Brasil.

Nesta semana, porém, a Justiça do Trabalho negou o pedido, por meio de uma liminar. O Ministério Público do Trabalho pode recorrer da decisão.

“O Ministério Público do Trabalho não tem nada contra a fusão, mas a sua grande preocupação é a manutenção de postos de trabalho no Brasil. A empresa americana talvez não tenha a preocupação com a manutenção de empregos”, explica o procurador do MPT, José Fernando Maturana.

Para o procurador José Fernando Maturana, a preocupação do MPT é com a manutenção dos postos de trabalho (Foto: TV TEM/Reprodução) Para o procurador José Fernando Maturana, a preocupação do MPT é com a manutenção dos postos de trabalho (Foto: TV TEM/Reprodução)

Para o procurador José Fernando Maturana, a preocupação do MPT é com a manutenção dos postos de trabalho (Foto: TV TEM/Reprodução)

Para o Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e Região, que representa os profissionais da categoria, a fusão pode colocar os empregos em risco.

“Estamos contra a venda porque como a Boeing é uma empresa americana ela não garante nada. Na verdade, nem mesmo a Embraer deu garantias sobre essa questão do emprego”, afirma Fabiano José Roque, diretor do sindicato.

A reportagem da TV TEM entrou em contato com as duas empresas envolvidas na fusão: a Embraer não respondeu nosso pedido de informações e a assessoria de imprensa da Boeing do Brasil disse que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Fonte: TV Tem/Portal G1

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