Funcionários da Unesp ainda não receberam aumento

Geral 07 novembro 2016

Os funcionários e professores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ainda não receberam o percentual de aumento estipulado após convenção. O Acontece Botucatu foi procurado por um grupo de funcionários, pois até o momento pouca informação há sobre o assunto.

Um movimento grevista, que começou em maio e se arrastou até o segundo semestre, pedia na oportunidade um reajuste salarial de 9,34% referente à inflação do período, mais 3% de perdas salariais. A contra a proposta de reajuste salarial do Estado oferecida aos servidores foi de 3%, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp). Passados 3 meses do fim da greve, nem mesmo o reajuste proposto pela Universidade foi concedido.

Segundo Alberto de Souza, coordenador político do Sintunesp regional Bauru/Botucatu, a discussão está nas mãos da justiça. Uma audiência conciliatória será realizada no dia 16 de novembro do Tribunal de Justiça em São Paulo.

“Nada do que acertaram foi cumprido até agora. Tínhamos uma reunião pré-agendada com a universidade em setembro, mas não houve a conversa, a Unesp não senta para discutir o assunto. Estamos preparando uma grande mobilização no dia da audiência da conciliação”, disse Souza ao Acontece Botucatu.

Em Botucatu o movimento grevista contra a proposta de 3% da Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas ) teve início no dia 03 de maio. Na oportunidade a proposta gerou revolta entre auxiliares técnicos, funcionários das secretarias e coordenações da Unesp.

Segundo Antônio Roberto Mauad, representante dos servidores no grupo administrativo do campos, A atual reitoria gastou sem medidas, não havendo planejamento para arcar com a equiparação dos salários. Para ele o discurso da Universidade não é objetivo.

“Gastaram como se não houvesse amanhã, por isso não sobrou dinheiro para o aumento. Usaram o orçamento sem a devida preocupação com o servidor e agora dizem que vão pagar, mas apenas quando tiver dinheiro em caixa. Na minha opinião isso é muito subjetivo, pois esse dinheiro pode demorar para entrar, ou seja, não há objetividade”, conta Mauad, que é servidor da Unesp há 30 anos.

A Universidade disse que mantém a proposta de aumento, mas sem previsão de concessão. Confira a nota.

“A Unesp informa que mantém a sua proposta de reajuste de 3% sobre o salário de maio, comprometendo-se a conceder esse reajuste assim que as sua condições orçamentárias e financeiras permitirem. Análises técnicas da instituição fazem mensalmente esse acompanhamento financeiro. A decisão da Unesp se dá num contexto de queda de arrecadação do ICMS no Estado deste ano que leva a Universidade a operacionalizar o contingenciamento de investimentos e custeio ao longo do exercício corrente preservando as atividades essenciais da Universidade. A queda de repasses levou a Universidade a realizar corte de despesas da ordem de um contingenciamento de R$ 32,6 milhões em programas de desenvolvimento institucional, reformas previstas e obras para cursos novos. Para manter os pagamentos em dia dos seus funcionários, já que a folha de pagamento tem superado as liberações financeiras do Estado, a Unesp tem utilizado recursos próprios”.