

Nascido no Centro de Botucatu, mas morador do Bairro há 32 anos, o cinegrafista João Carlos Domingues (55), mais conhecido como Tiko, tem muitas histórias para contar. Na época em que morava próxima onde é hoje a Escola Técnica Estadual Industrial Domingos Minicucci, seu avô trabalhava com transporte de mercadorias em carroças.
“As mercadorias vinham pela Sorocabana e meu avô e meu pai que distribuíam as encomendas que chegavam em todos os armazéns. Inclusive, aquele sino da igreja Nossa Senhora de Lourdes, foram eles que transportaram para a igreja”, conta ele. Na época em que ele era criança, próximo a escola industrial, ele disse que no local só tinha pasto e era onde o seu avô criava os seus cavalos.
Em 1984, ele se casou com Sandra Seullner Domingues (50) e se mudaram para o Jardim Paraíso, onde começou a construir o seu novo lar. “Eu vendi a minha moto para dar entrada na minha casa e casar com minha esposa. A parcela da casa, naquela época, era muito baixa. Valeu muito a pena”, comenta.
Na época, o Jardim Paraíso era conhecido como Soblobo, por conta do nome da construtora que fez o empreendimento. Era uma espécie de Cohab que tinha naquele tempo. As casas eram feitas de tijolos e não de blocos. Todos confundiam com o nome Sobloco. Foram feitas pelo arquiteto Eugênio Monteferrante”, explica Tiko.
Na época em que se mudou, seu pai e muitos de seus parentes diziam que ele iria morar muito longe. Eles diziam que eu moraria no fim do mundo porque achavam que o Jardim Paraíso era bem longe. “Eu sempre falo que o que é longe hoje, será perto amanhã. Às vezes a pessoa quer comprar alguma casa em algum lugar da cidade, ela acha que é longe e não é. Se torna perto”, diz.
Para ele, o Bairro está cada vez mais bonito com as praças que foram reformadas e as suas academias ao ar livre. Mas, o que vai movimentar mesmo o bairro é que em breve terá o viaduto que vai ser uma ligação até o centro da cidade. “Ele vai facilitar ainda mais para os moradores do Jardim Paraíso na ida e volta do centro para o bairro. Acho que isso não vai demorar e vai melhorar ainda mais o nosso Bairro. Será um grande passo”, opina ele.

Profissionalmente, no ano de 1979, começou a trabalhar com sua transportadora e, em 1990, conciliar com as filmagens de casamentos de alguns amigos. “Comecei a filmar casamentos as vezes por pedido de amigos porque eu tinha uma filmadora. Acabei gostando e comecei a filmar vários casamentos. Chegou um determinado momento que estava dando mais certo a filmagem do que a transportadora”, acrescenta ele.
Após 10 anos filmando mais de 800 casamentos, uma pessoa o convidou para abrir uma produtora e trabalhar para algumas emissoras de televisão. Ele trabalhou muito tempo com o SBT, a Record e a TV Modelo. Após outros 10 anos, a sociedade na transportadora terminou e ele acabou trabalhando na TV Record até o começo do ano, quando a televisão fechou as portas na cidade por problemas financeiros.
Uma das histórias e figuras clássicas que lembra do Bairro na época era o Zé Botina. “Ele andava nas ruas com uma mochila e um chapéu cata ovo e as crianças tinham muito medo dele, inclusive as minhas filhas. Mas era um senhor que só pedia um café e pão para comer e nunca fez mal a ninguém. Era engraçado como as crianças tinham medo dele”, finaliza rindo.
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