17 dezembro 2025
Projeto executivo de restauro foi contratado e deve ser concluído em até seis meses, segundo a direção da FCA/Unesp

A revitalização da área histórica da Fazenda Lageado e do Museu do Café, em Botucatu, deu um passo importante em 2025. A atual direção da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/Unesp) contratou o projeto executivo de restauro, etapa fundamental para viabilizar a captação de recursos e o início das obras no patrimônio tombado.
As informações foram detalhadas pelos diretores da FCA/Unesp, durante entrevista concedida na manhã desta quarta-feira (17) ao Primeiro Jornal da Prever FM (100.9).
Segundo o diretor Caio Antônio Carbonari, o processo é complexo e exige cuidados especiais por se tratar de um bem histórico.
“Não é uma obra de engenharia pura e simplesmente. É uma obra artística, de restauro, um patrimônio tombado, que precisa passar por todas as aprovações dos órgãos competentes, principalmente do Condephat”, explicou.
A area histórica da fazenda teve a visitação interrompida após os danos provocados pelas fortes chuvas de 2020, que geraram preocupação com a segurança da estrutura, principalmente no prédio que abriga o Museu do Café. O período de pandemia distanciou ainda mais a população da área tombada.
Retomada

Ao longo deste ano, a universidade montou um grupo de trabalho envolvendo diferentes setores da instituição e promoveu a visita de empresas especializadas em grandes projetos de restauro. A partir dessas análises, foi definida a melhor proposta técnica e financeira.
“Avançamos bastante este ano e, na semana passada, conseguimos contratar o projeto executivo”, afirmou o diretor.
O projeto será desenvolvido pelo Estúdio Sarasá, empresa com atuação nacional em grandes obras de restauro, incluindo a Estação Ferroviária de Botucatu. O valor do contrato é de R$ 768 mil, exclusivamente para a elaboração do projeto.
“Não é obra ainda, é uma etapa essencial para termos um diagnóstico detalhado das necessidades estruturais e artísticas e, a partir disso, planejar as fases do restauro”, destacou Caio Carbonari.
De acordo com a direção da FCA, a previsão é que o projeto executivo seja concluído em até seis meses. A partir disso, a Unesp deverá avançar para a captação de recursos e o início das obras, que poderão ocorrer de forma faseada.
Visitas guiadas

Apesar de o Museu do Café seguir fechado para visitação, a área histórica da Fazenda Lageado já vem recebendo visitas guiadas e controladas, como uma forma de retomada gradual do acesso ao patrimônio. Segundo a professora Renata Fonseca, vice-diretora da FCA/Unesp, ao menos uma retomada de visitações já ocorreu, com grupos organizados e em número reduzido.
“Já houve retomada de visitações naquele espaço, com grupos organizados, menores e previamente agendados. Não exatamente dentro do museu, mas explorando a área histórica do patrimônio”, explicou.
De acordo com a professora, as visitas são resultado de um trabalho conjunto com as secretarias municipais, especialmente com o Turismo e a Cultura, e seguem roteiros cuidadosamente planejados para garantir segurança.
“Antes de iniciar essas atividades, fizemos todo um mapeamento técnico com engenheiros do campus para identificar áreas seguras. A partir disso, estruturamos, junto com a Secretaria de Turismo, um roteiro para que essas visitas pudessem acontecer”, afirmou.

Ela ressaltou que a iniciativa considera a complexidade do projeto de restauro do museu e a necessidade de cautela.
“É um processo naturalmente demorado, pela responsabilidade que temos com um patrimônio histórico. Mas também sabemos da importância de garantir acesso a essa história”, pontuou.
Além das visitas organizadas pelo poder público, grupos independentes também têm participado das atividades, sempre com acompanhamento institucional. “Grupos organizados entram em contato com a vice-diretoria, e nós fazemos a organização dessas visitas”, completou.
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