Caso recente de potencial risco de contaminação microbiológica acendeu alerta entre especialistas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a comercialização, distribuição e uso de lotes do detergente Ypê por conta de um “potencial risco de contaminação microbiológica”. O motivo foi a identificação de um “desvio” durante a análise de monitoramento da produção.
Para o farmacêutico do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) – Câmpus de Botucatu, João Leandro Chaguri, o fato de o controle de qualidade de uma empresa bastante conhecida como a Ypê identificar a existência de alguma não conformidade em seu produto, deveria “acender um alerta” na população em geral. Segundo ele, ainda é comum a aquisição, pelos consumidores, de saneantes domissanitários (substâncias destinadas à limpeza, higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar) de procedência duvidosa.
João alerta que deve ser evitado o uso de produtos vendidos por ambulantes, em garrafas de refrigerante e outras bebidas; produtos sem data de fabricação, prazo de validade e número de lote; produtos cujas embalagens pareçam ter sido abertas, estejam amassadas, enferrujadas, estufadas, rasgadas ou furadas; entre outros.
“Apesar de a Anvisa já ter proibido, quando a pessoa compra esses produtos e ela apresenta alguma reação ou sofre algum acidente, ela não tem a quem recorrer. Nós, do Ciatox, por exemplo, não conseguimos saber quais substâncias estão presentes naquele produto para poder auxiliar na condução de um possível tratamento”, esclarece o farmacêutico do Ciatox do IBB/Unesp. “A Ypê, por trabalhar com controle de qualidade, conseguiu identificar uma não conformidade, mas quando temos produtos clandestinos sendo vendidos, não existe qualquer tipo de controle”, completa.
Sobre o Ciatox
O Ciatox de Botucatu é responsável por inúmeras funções, como desenvolver atividades na área de Toxicologia, prestar assistência e serviços à comunidade, desenvolver e apoiar a pesquisa aplicada, participar da formação de profissionais na área e apoiar a Unesp na cidade no atendimento a pacientes intoxicados.
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