Família busca explicações para morte de pai após atendimentos em Botucatu

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Família busca explicações para morte de pai após atendimentos em Botucatu 31 julho 2025

Filha relata que ele buscou ajuda médica várias vezes com sintomas graves. Paciente tinha histórico de problemas no coração. HCFMB informou que todas as condutas foram adotadas de acordo com o quadro clínico do paciente.

Uma moradora de Botucatu compartilhou uma história de dor e indignação ao relatar a morte do pai, ocorrida no dia 20 de julho. Segundo ela, falhas no atendimento médico podem ter contribuído para o desfecho trágico.

O paciente, que havia passado por cirurgia cardíaca há 10 anos, procurou atendimento em unidades de saúde da cidade várias vezes nas semanas que antecederam o falecimento — especialmente no Pronto-Socorro Adulto. A filha afirma que, apesar dos sintomas graves, como falta de ar, tontura e desmaios, o diagnóstico foi impreciso e os encaminhamentos, ineficazes.

Na primeira ida ao Pronto-Socorro Adulto, no início do mês, mesmo com quadro preocupante, o diagnóstico foi de asma, e foram prescritos medicamentos para essa condição — embora o paciente nunca tivesse histórico de asma, segundo a filha.

Nos dias seguintes, ele retornou à unidade com sintomas semelhantes. Foram realizados exames como eletrocardiograma e testes laboratoriais, mas ele foi liberado sem um diagnóstico conclusivo, conforme relata a família.

Em uma nova consulta, desta vez em um posto de saúde, o paciente sofreu mais um mal súbito e voltou ao Pronto-Socorro Adulto. A filha conta que pediu com insistência a transferência para o Hospital das Clínicas, buscando exames mais detalhados.

“Implorei para que meu pai fosse encaminhado para a Unesp, pois ele não estava bem. Os médicos disseram que não era um caso urgente”, relata.

Ela também criticou a demora no atendimento do SAMU nesse dia e apontou que os exames realizados foram incompletos.

Na ocasião, uma médica do Pronto-Socorro chegou a considerar que os sintomas poderiam estar relacionados à diabetes, receitando medicamentos. Também há no histórico de atendimento que ele estava tendo uma crise de labirintite, citou a filha. No entanto, na segunda-feira, 21 de julho, já em casa, o paciente sofreu um infarto fulminante diante da família, antes que qualquer exame mais aprofundado fosse feito.

Nessa dia, relata a família, o atendimento do SAMU foi ágil, e o pai foi levado para o HCFMB, mas não resistiu. No total foram 4 atendimentos. Para a filha, uma transferência mais rápida poderia ter salvado a vida do pai.

“Se tivessem dado a atenção que meu pai precisava, talvez ele ainda estivesse aqui. A Unesp teria detectado que ele estava tendo infarto, e talvez a história fosse outra”, desabafou, emocionada.

O que diz o Hospital das Clínicas

Procurado pela reportagem, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), que administra o Pronto-Socorro Adulto em conjunto com a Prefeitura, informou por nota que todas as condutas médicas foram adotadas de acordo com o quadro clínico do paciente.

Segundo o HCFMB, os critérios clínicos observados durante os atendimentos não indicaram necessidade de transferência para o Hospital das Clínicas. A instituição destacou ainda que o Serviço de Verificação de Óbito foi acionado e que o caso será apurado.

“O HCFMB assegura que todas as condutas assistenciais foram cumpridas e reitera que se solidariza com a família neste momento, estando à disposição para qualquer esclarecimento”, diz trecho da nota oficial.

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