Empréstimo de livro será modernizado nas bibliotecas dos câmpus

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Empréstimo de livro será modernizado nas bibliotecas dos câmpus 28 julho 2023

Terminais para o autoatendimento dos usuários serão instalados até dezembro nas unidades

Em meio ao processo de reconceituação dos espaços das bibliotecas universitárias, as tarefas de empréstimos e devoluções de livros serão modernizadas nos câmpus da Unesp com a inserção de novas tecnologias para a automação dessas tarefas. Em 2023, a Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB) está pondo em prática a instalação de totens de autoatendimento que permitirão que docentes, discentes e funcionários técnico-administrativos tenham autonomia para emprestar e devolver livros, projeto que segue tendência internacional de direcionar a interação do bibliotecário com o usuário para atividades mais complexas, tais como orientações sobre publicações científicas, acesso aberto, gestão de dados, entre outras.

De acordo com relatório recente da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), elaborado com o objetivo de mapear tendências globais deste segmento, o papel atual das bibliotecas, em especial aquelas ligadas a universidades ou instituições de pesquisa, passa por diferenciar as fontes mais confiáveis de informação de acordo com as demandas apresentadas, frisando inclusive o caráter interdisciplinar de alguns temas. Em outras palavras, diante do acesso mais fácil e amplo a conteúdos de toda ordem, os espaços físicos das bibliotecas podem até ter de dividir o protagonismo no acesso ao conhecimento com ambientes digitais, mas seguirão fundamentais no caminho a ser trilhado pelo estudante, seja na busca por referências bibliográficas ou na discriminação entre periódicos científicos conceituados e revistas predatórias, que publicam pesquisas mediante pagamento e sem revisão por pares, etapa fundamental para a produção científica.

A possibilidade de autoatendimento no empréstimo de livros, que já existe nos câmpus de Bauru e Rio Claro, será atualizada e ampliada para outras 25 unidades da Unesp até dezembro deste ano. Nessas bibliotecas, serão instalados terminais de autoatendimento, equipamentos que terão estruturas confeccionadas prioritariamente a partir de materiais sustentáveis. Oito deles utilizarão uma tecnologia de identificação por radiofrequência, enquanto os outros serão guiados por tecnologia eletromagnética. O investimento total gira em torno de R$ 13 milhões.

Dentre os câmpus que receberão a tecnologia de radiofrequência, estão Assis, Araraquara (FCLAr), Bauru, Botucatu (Rubião), Marília, Presidente Prudente, Rio Claro e São José do Rio Preto. Terão a tecnologia eletromagnética unidades de Araçatuba (Medicina Veterinária e Odontologia), Araraquara (Instituto de Química, Farmácia e Odontologia), Botucatu (FCA), Dracena, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Itapeva, Jaboticabal, Rosana, São João da Boa Vista, São José dos Campos (ICT – Odontologia), São Paulo (Instituto de Artes), Tupã, entre outras.

“O sistema eletromagnético já é utilizado. Quando se passa pelo balcão, é lido um código de barras e feito o empréstimo. Agora as pessoas terão um totem para fazer esse processo. No totem de radiofrequência, o aluno colocará sua identificação digital e os materiais já serão cadastrados no perfil e desmagnetizados para liberação.” explica Flávia Bastos, coordenadora da CGB e doutora em ciência da informação pela Unesp. “Quando você coloca seu material no totem de autodevolução, ele automaticamente já dá baixa no seu cartão”, exemplifica.

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A iniciativa integra um conjunto de ações em andamento na Universidade para valorizar a cultura do livro, que inclui medidas como o investimento na bibliografia dos cursos de graduação e o programa Livro Permanente, voltado à ampliação do letramento dos alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Em parceria com a Coordenadoria Geral de Bibliotecas, a Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura também promoveu editais para adequar espaços físicos dos câmpus para que sejam locais de cultura, leitura e discussão. Nas bibliotecas, mesmo após a implantação dos terminais de autoatendimento, os frequentadores das bibliotecas ainda poderão realizar o empréstimo e a devolução pelo balcão.

Queremos ampliar nossos serviços, incorporando a tecnologia. Mas é importante frisar que as bibliotecas são feitas de pessoas, por pessoas e para pessoas”
Flávia Bastos, coordenadora da Coordenadoria Geral de Bibliotecas da Unesp

A expectativa é que essa modernização facilite a relação da comunidade universitária com as bibliotecas, via autoatendimento, podendo o acervo ser consultado remotamente com possibilidade de realizar a reserva de livros e a retirada deles de forma autônoma. A devolução poderá ocorrer em horários alternativos, além do funcionamento da biblioteca, até mesmo em finais de semana.

Além disso, a criação da possibilidade de atendimento automático nas bibliotecas deve abrir janelas para atendimentos mais especializados. Em tese, os bibliotecários terão mais tempo para compartilhar conhecimentos específicos com a comunidade universitária, como orientar os acadêmicos sobre a publicação das suas produções no contexto do debate em torno das políticas de acesso aberto. O depósito do trabalho acadêmico em um repositório institucional ou temático, por exemplo, insere-se no movimento para o acesso aberto às publicações científicas. “Para entregar relatórios a agências de fomento, o material precisa estar armazenado no repositório institucional”, diz a coordenadora da CGB.

É neste contexto que são valorizadas as licenças Creative Commons, que permitem o uso desde que seja citada a fonte. Orientar pesquisadores, alunos e docentes acerca das licenças de direitos autorais de suas publicações está na fronteira do conhecimento das áreas de biblioteconomia e da ciência da informação. “Estamos vendo o quanto a tecnologia potencializou a disseminação e a visibilidade dos nossos trabalhos. E também aprimorou boas práticas na produção acadêmica. Então a adoção das Creative Commons é algo que queremos colocar no pacote de boas práticas de pesquisa e de ensino dentro da Universidade.” afirma Flávia Bastos.

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