13 abril 2025
Botucatu 170 anos: líder e empreendedor, Pedutão conduziu o município para o progresso e participou de importantes conquistas
O Acontece Botucatu vem publicando aos finais de semana personagens que fizeram a história de Botucatu em seus 170 anos. Personalidades que ajudara a construir a cidade que hoje conhecemos.
A figura desta publicação tem enorme importância para a história contemporânea do Município. O Comendador Emílio Peduti foi o Prefeito do centenário de Botucatu e um homem que trouxe um divisor de águas para a cidade.
Emílio Peduti nasceu em Botucatu no dia 27 de maio de 1904. Foi empresário, vereador e prefeito de Botucatu.
Foi casado com Maria do Carmo Torres Peduti, com quem teve os filhos Lourdes, Maria Rosa e Emílio Filho. Formou-se em contabilidade pela escola de comércio Álvares Penteado, em São Paulo, tendo em seguida iniciado as atividades profissionais de contador em firmas botucatuenses.
Com astúcia, logo se tornou gerente da agência local do Banco Francês e Italiano, o Sudameris. Sua habilidade administrativa o levaria longe.
Um tempo depois ele entrou na área da cinematografia, começando com a aquisição da sua casa de diversões em Botucatu, a Empresa Teatral Peduti. O empreendimento mais tarde se tornaria uma grande rede de cinemas no interior de São Paulo e também de Mato Grosso. Botucatu era chamada de terra ou capital do cinema.
Aliás, a comunicação estava na sua vida. Junto com a família Bacchi e com ajuda do governo do estado gerido pelo são manuelense Adhemar de Barros, ajudou a fundar em 1939 a Rádio Emissora (PRF-8), que posteriormente passou a ser controlada por Plínio Paganini, que viria a ser seu rival político e empresarial nesse ramo.
Anos mais tarde fundou a Rádio Municipalista, mais precisamente em 27 de maio de 1962. Até então Botucatu contava com apenas uma emissora, como já citado.
Pedutão, como era conhecido, disse na oportunidade que queria uma rádio feita para o povo de Botucatu. Daí o famoso bordão “Municipalista, a rádio do povo!”.
Outras empresas também levaram sua marca: Orphan, Empresa Bandeirantes de Cinema, Cafeeira Peduti Ltda, FILMACI, DIPAN, COSMOPAN, entre outras organizações cinematográficas.
Benemérito
A atuação de Emílio Peduti à frente da MISERICÓRDIA BOTUCATUENSE é digna de registro, diz Armando Delmanto em seu Blog. Ao lado de Antônio Delmanto, teve atuação decisiva na segunda fase do Hospital. Após grave crise, a dupla assumiu o controle da situação, tendo Peduti como gestor e Delmanto como diretor Clínico.
Peduti ficou como presidente da Misericórdia de 1937 a 1963. Há um busto dele na entrada do Hospital.
Atuação política e Prefeito dos 100 anos
Em 1947 Emílio Peduti foi eleito vereador em Botucatu pelo PSD. Já na eleição de 1951 foi eleito Prefeito de Botucatu após vencer a eleição contra seu antigo aliado, Antônio Delmanto. Ele governou a cidade de 1952 a 1956, tendo a honra de ser o Prefeito do centenário do município em 1955.
Após o governo de João Queiroz Reis, seu sucessor, Puduti se elegeu novamente Prefeito de Botucatu para o período de 1960 a 1963. É considerado um dos melhores prefeito da história de nossa cidade.
Seus feitos para Botucatu
Alguns feitos memoráveis marcaram seus dois governos. Houve durante suas gestões uma sensível melhora do sistema de água de Botucatu. Foi também em seu governo que ocorreu a reforma do Mercado Municipal (o Mercadão).
Durante a gestão Peduti também ocorreu a instalação da central elétrica da USELPA. Esse fato colocou Botucatu em plenas condições para receber indústrias, colocando o município na rota do desenvolvimento.
Emílio Peduti foi protagonista no que muitos chamam de um divisor de águas na história contemporânea de Botucatu, a vinda da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas.
Foi uma intensa luta do jornalista e estudante de direito José Amaro Faraldo, do professor da USP, Dr. Zeferino Vaz e do político e futuro presidente do Brasil, Jânio da Silva Quadros.
Com uma vigorosa atuação política de Peduti como Prefeito, desenvolveu-se uma forte campanha que culminaria com a assinatura da Lei 4991, de 25 de novembro de 1958, que criou a Faculdade de Medicina de Botucatu. Contudo a forte pressão contrária da Universidade de São Paulo e questões de política partidária impediram que esta faculdade fosse instalada.
No entanto, o desenvolvimento e a transformação dos cursos médicos, especialmente em São Paulo e estudos de professores da USP resultariam no projeto de lei n.299, de 26 de abril de 1962. Este projeto propunha a criação da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu.
Peduti Também foi o responsável pela construção do Hospital de Psicopatas (atual Hospital Cantídio de Moura Campos).
O Comendador Emílio Peduti morreu em Botucatu no dia 04 de março de 1963, aos 59 anos, vítima de infarto. Após sua morte recebeu muitas homenagens póstumas, como a renomeação da Praça João Passos (Bosque) para Praça Emílio Peduti, onde existe uma estátua.
Também foi erguido um busto na Praça Isabel Arruda, em frente à Santa Casa de Misericórdia Botucatuense. A Biblioteca Municipal recebe o seu nome.
Pedutão entrou para história de Botucatu como um líder nato, conduzindo o município para o progresso. Trata-se de uma das figuras mais importantes dos nossos 170 anos.
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