Até o final desta semana os funcionários da Duratex de Botucatu, empresa fabricante de chapas de fibras prensadas, poderão entrar em greve. Quem faz o alerta é o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil e do Mobiliário de Botucatu, Carlos Alberto Tenore e o diretor social, José Luis Fernandes (foto).
Desde a data base do dissídio de 1º de julho, empresa e sindicato estão negociando e depois de nove rodadas o acordo não foi selado. Na quinta-feira da semana passada (26 de setembro), representantes da empresa e do sindicato estiveram numa mesa redonda no Ministério Regional do Trabalho em Bauru e, novamente, não houve acordo entre as partes.
A empresa oferece 1,54% de aumento real, mais a inflação do período que foi de 4,89%. O sindicato pleiteia a percentual da inflação, mais 5% de aumento real. Estamos tentando construir um acordo há várias semanas, mas a empresa se mantém irredutível e apresenta mesma proposta, que já foi descartada pelos trabalhadores. Com isso estamos em estado de greve e na semana passada fizemos assembléias de esclarecimento na porta da fábrica, no horário de entrada e saída dos turnos, frisou Tenore.
Sobre a possibilidade da deflagração de uma greve geral, ele é taxativo. Já estamos fazendo o movimento de instauração do dissídio e da greve, pois acreditamos que não haverá acordo, embora estejamos abertos para as negociações. Paralelo a isso, mobilizaremos os sindicatos filiados ? Central Única dos Trabalhadores (CUT), a nível estadual, para que estejam em Botucatu nesta semana acompanhando a manisfestação, previu Tenore.
O presidente do sindicato adianta que está seguindo todos os trâmites e prazos legais, fazendo tudo em conformidade com o que está previsto na lei. Na verdade a gente queria evitar a greve, mas como não houve o acordo, é esse o caminho legal que os trabalhadores têm para reivindicarem seus direitos, sacramentou o sindicalista.
Atualmente, a Duratex conta com, aproximadamente, 850 funcionários registrados, entre os que trabalham em turnos de revezamento e administrativo, sendo que alguns setores da empresa são terceirizados como o refeitório e a portaria. Na tarde de sexta-feira (27 de setembro) a reportagem entrou em contato com a empresa para colher as impressões dos diretores que estiveram na mesa redonda em Bauru, no Ministério do Trabalho e ficou no aguardo de um retorno.
Foto: Valéria Cuter
Compartilhe esta notícia