Doses diárias de bom humor e otimismo fazem parte da rotina de Elvira Rosseto Angella

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Doses diárias de bom humor e otimismo fazem parte da rotina de Elvira Rosseto Angella 09 abril 2017

 

Foto Fernanda Taques: Elvira mora no bairro desde os 14 anos e acompanhou o crescimento da região

Nesta edição, vamos contar um pouquinho da história da simpática Elvira Rosseto Angella (90). Ela fica horas conversando sem perceber o tempo passar e dando boas gargalhadas. Quando a reportagem chegou para entrevistá-la, ela estava bordando e nos recebeu com um belo sorriso que encanta a todos.

Caçula de 14 irmãos, nasceu no Distrito de Rubião Júnior e veio com sua família ainda adolescente morar no Bairro, na antiga chácara onde hoje é a Rebram. Casou-se com Pedro Angella Filho, com quem teve quatro filhos: Dorival Antonio Angella (64), Décio Luiz Angella (63), Denise de Fátima Angella (60), Deise Paula Angella Coneglian (54) e Suely Aparecida Rosseto (66), sua filha de coração. Avó de seis netos e três bisnetos.

Nos tempos da infância relembra os domingos quando a família e a vizinhança se reunia para conversar. “Na casa do meu pai tinha uma varanda grande, onde ele colocava dois bancos. Todo domingo nossa casa ficava cheia de gente que passava o dia conversando e dando risada. Ele adorava ver a varanda cheia”, comenta.

Aprendeu a bordar na escola com apenas oito anos e orgulha-se do seu dom. “Aprendi a bordar, fazer crochê e fuxico ainda menina. Fiz muitas peças do meu enxoval. Até hoje as pessoas vêm aqui em casa comprar meus artesanatos”, diz orgulhosa.

Seu primeiro emprego foi na antiga fábrica de bolachas Lunardi. “Comecei a trabalhar com 18 anos. Foi meu primeiro emprego. Eu ficava na matriz que produzia a bolacha”, recorda-se.

Há 66 anos, Elvira mora na casa onde se mudou depois que casou. “ Aqui não existia rua, era tudo mato. Na época não tinha eletricidade, a água era de poço e o fogão à lenha. Sempre passava muitos cavalos e boiadas”, fala.

Elvira tinha um vizinho ilustre, o ‘Circo do Piranha’. Sempre que estava na cidade o circo se instalava ao lado de sua casa. “Adorava ir ao circo. Nem ingresso pagava, era só atravessar a cerca que separava os terrenos, que já estava lá. Fizemos amizade com o pessoal, eles vinham em casa pegar água para poder usar. As crianças adoravam ver as apresentações. Lembro que o palhaço Tanakau, hoje Rabanete se apresentava no circo. Bons tempos”, diverte-se.

Descobrimos que Elvira adorava ir ao cinema junto com sua cunhada Florinda Angella. “Eu era fã de cinema. Ia sempre que podia com minha cunhada, ficava a um quarteirão de casa. Perguntava para meu marido se podia, ele sempre deixava, apesar de ter ciúmes (risos), confiava em mim”, afirma.

As quermesses na igreja Sagrado Coração de Jesus também foram citadas. “Lembro que o padre ia nas chácaras pedir prendas para poder leiloar na festa. Também tinha correio elegante e no domingo passávamos o dia todo ajudando no almoço. Trabalhei por 20 anos na quermesse da igreja. Fazia coxinha, sonho e pastel para arrecadar verba para a paróquia. Com nosso serviço conseguimos construir a sede dos Vicentinos aqui no Bairro. O Mulotto cedeu o terreno e com o dinheiro dos salgados compramos o material para construir nossa sede”, orgulha-se.

No final da entrevista, a reportagem foi surpreendida com uma revelação de Elvira. “Eu adorava dançar, principalmente valsa vienense. Os moços faziam filas no baile para dançar comigo”, diverte-se. “Outra coisa que adoro é cantar. (Neste momento a simpática senhora canta a música Reino Encantado interpretada pela saudosa Inezita Barbosa). Adoro música sertaneja de raiz, outra música que gosto muito é Cabocla Teresa”, conclui.

Quando falamos que iriamos tirar uma foto para colocar junto com a matéria, imediatamente Elvira pediu para as filhas que acompanhavam a entrevista para pegar o batom, arrumar o cabelo e colocar brincos para ficar bonita na foto. Concluímos a entrevista encantados com a história que ouvimos.

 

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