Os benefícios são permanentes, mesmo que a pessoa não mantenha o mesmo ritmo na fase adulta; crianças devem praticar até 60 minutos de atividade física por dia
Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) traz uma boa notícia: ter uma infância e adolescência ativas pode trazer benefícios permanentes para o coração, mesmo que a pessoa não mantenha o mesmo ritmo na fase adulta.
A pesquisa, publicada na revista científica Sports Medicine – Open, monitorou 242 pessoas com cerca de 40 anos de idade. Durante uma semana, os participantes usaram sensores no corpo que registravam os batimentos cardíacos e acelerômetros presos à cintura para medir a intensidade das atividades físicas. Além disso, todos responderam a um questionário sobre seus hábitos esportivos ao longo da vida.
Os resultados apontaram que aqueles que praticaram esportes na juventude apresentaram melhor modulação cardíaca na vida adulta. Isso significa que o sistema nervoso autônomo, responsável por controlar a frequência cardíaca, funciona de maneira mais equilibrada. A boa modulação cardíaca está associada a um menor risco de doenças cardiovasculares e mortalidade.
Para o professor Diego Christofaro, principal autor do estudo e docente da Unesp de Presidente Prudente, o impacto positivo da atividade física precoce pode estar ligado a fatores como a saúde geral ao longo da vida e o efeito anti-inflamatório dos exercícios.
“A prática regular de exercícios na juventude promove adaptações no organismo que contribuem para o equilíbrio na modulação cardíaca, beneficiando o coração na fase adulta”, explica.
Embora os benefícios sejam evidentes, Christofaro reforça que a prática de exercícios ao longo de toda a vida é essencial para potencializar esses resultados.
Educação física na infância: um investimento em saúde pública
Everton Crivoi do Carmo, profissional de educação física do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Albert Einstein, acredita que o estudo reforça a importância de incentivar a prática de esportes desde cedo.
“Embora o levantamento utilize dados do passado, ele abre portas para novos estudos e para a criação de políticas públicas que promovam atividades físicas na infância, com atenção especial para a educação física nas escolas”, analisa.
Atividades físicas na infância também trazem outros benefícios para o futuro, como menor risco de hipertensão, obesidade e osteoporose, além de facilitar a aprendizagem de novos esportes na vida adulta.
Como estimular as crianças a se exercitarem?
Especialistas destacam que o segredo é tornar as atividades divertidas e adequadas para cada idade. Atividades em grupo podem ser uma boa alternativa, pois promovem socialização e desenvolvem habilidades de trabalho em equipe.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças e adolescentes de 5 a 17 anos pratiquem pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa diariamente. Além disso, devem evitar longos períodos em frente a telas e participar das aulas de educação física na escola.
Fonte: Rádio Itatiaia
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