Contraste no interior: represa assegura Botucatu, mas racionamento atinge outras cidades

Geral
Contraste no interior: represa assegura Botucatu, mas racionamento atinge outras cidades 02 setembro 2025

Represa do Rio Pardo garantirá abastecimento de Botucatu por décadas. Bauru enfrenta racionamento de água

Botucatu deu um passo definitivo rumo à segurança hídrica. A Barragem do Rio Pardo — Prefeito Plínio Paganini, inaugurada em setembro de 2024 e fruto de um investimento de aproximadamente R$ 56 milhões por parte da Sabesp, foi projetada como a maior obra hídrica da história da cidade.

Articulada e construida no governo Mário Pardini (2017-2024), a represa, considerada a maior obra de Botucatu, tem capacidade para armazenar entre 9 a 10 bilhões de litros e vazão estimada de 800 litros por segundo.

Os valores são significativamente maiores que os atuais 520 l/s captados do Rio Pardo. Em anos anteriores, mesmo antes da represa, novas captações foram descobertas para ajudar naquele momento.

A represa deverá garantir o abastecimento por décadas, mesmo em momentos de estiagem prolongada. Em julho de 2025, após chuvas entre o fim de 2024 e início de 2025, o reservatório já atingia mais de 50% de sua capacidade, com cerca de 5 bilhões de litros.

Problemas na região

No interior paulista muitas cidades enfrentam dificuldades enormes na estiagem. Um exemplo claro está 90 km distante de Botucatu. A cidade de Bauru convive com uma situação crítica: desde 2024, o rodízio de água atinge cerca de 35–40% da população abastecida pelo Rio Batalha.

A captação foi reduzida drasticamente — de cerca de 550 l/s para 360 l/s — e a autarquia DAE tem recebido dezenas de pedidos de caminhões-pipa. Hoje são mais de 70 bairros no rodízio.

O rodízio de água em Bauru foi iniciado na última quinta-feira (28) por conta da queda no nível da lagoa de captação do Rio Batalha, que iniciou esta segunda-feira com a régua marcando 1,96 metro – quando o ideal para abastecer regularmente mais de 100 mil bauruenses que dependem exclusivamente do manancial é de 3,20 metros.

O rodízio começou no modelo 24h x 24h, ou seja, 24 horas com abastecimento seguidas de 24 horas sem fornecimento de água. Em Bauru, a população que mora em bairros abastecidos pela lagoa de captação do Rio Batalha passaram por um racionamento de água de seis meses, segundo reportagem do G1.

Neste período, o Batalha atingiu o menor nível dos últimos 10 anos em Bauru, registrando 1,08 m, quando seu nível ideal é de 3,20 m.

Seca no interior

Outras cidades, também do interior de São Paulo, enfrentam desafios variados ao longo dos anos, como São José do Rio Preto, Itu, Valinhos, Catanduva e Salto que chegaram a adotaram rodízios, ampliações de intervalos ou cortes em percentuais da captação para conter o colapso hídrico.

Análise comparativa

Cidade / RegiãoSituação atualEstratégia adotada / planejada
BotucatuRepresa nova com grande capacidadeAções estruturais de longo prazo
BauruRacionamento e capacidade reduzidaAlternativas emergenciais (poços, caminhões-pipa)
Interior paulistaRodízios variados e crises em cursoRodízios, cortes planejados, estado de emergência

Botucatu representa hoje um exemplo de planejamento proativo diante de ameaças climáticas. A barragem do Rio Pardo coloca a cidade em posição mais estável, com segurança hídrica garantida para as próximas décadas.

Em contraste, Bauru e muitas outras cidades ainda vivem os efeitos imediatos da seca, sem infraestrutura robusta para enfrentar desafios prolongados. Este panorama evidencia que a crise hídrica não é apenas uma questão de escassez pluviométrica — é, sobretudo, um problema de gestão, planejamento e investimento estratégico no abastecimento.

Compartilhe esta notícia
Oferecimento
BERIMBAU INST MOBILE
Oferecimento