Comunidade Anglicana recebe o reverendo Aldo Quintão

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Comunidade Anglicana recebe o reverendo Aldo Quintão 22 março 2014

Foto: Valéria Cuter

No próximo dia 25 de março (quinta-feira) o reverendo Aldo Quintão será recebido pela comunidade anglicana de Botucatu pelos seminaristas João Ricardo Marcello (que será ordenado diácono) e André Ocampos, na sede da Igreja Anglicana de Botucatu, na Rua João Lumina Júnior (antiga Rua 12), na Cohab I, para proferir a “Palestra do Espírito Santo“.

Também está prevista a visita de Quintão aos meios de comunicação da Cidade para falar sobre a Igreja Anglicana, que é parecida com a da católica e a principais divergências estão relacionadas ao aborto, casamento, homossexualidade e uso de preservativo.

Atualmente Aldo Quintão, que foi ordenado padre anglicano em 1998, depois de deixar a igreja católica, passou a ser conhecido no Brasil inteiro e é o religioso que mais faz casamentos no Brasil e coordena creches que atendem a 620 crianças, com 3.100 refeições diárias, em convênio com a Prefeitura Municipal de São Paulo. Além disso, suas celebrações são transmitidos ao vivo pela internet e despertam fiéis em muitas regiões do país, porque fala tudo o que sente e pensa.

Sua trajetória religiosa começou quando tinha 10 anos e já pensava em ser padre, por achar interessante as pessoas reunidas na igreja, rezando, falando das suas lutas, das suas alegrias, incertezas, vitórias, derrotas. Aos 16 anos entrou no seminário Nossa Senhora do Carmo de Itu (SP). Foi fazer o colegial, e ao final do ano de 1981 já era frade e, assim, realizou ou sonho de ser religioso.

Entretanto, aos 24 anos entendeu que algumas coisas que pregava e dizia não eram condizentes com a realidade da sociedade e nem com aquilo que pensava. “Deixei a Igreja católica e passei a ministrar aula nos colégios Pio XII e São Luís dos Jesuítas, em SP. Tive sucesso social e econômico, mas voltou a me dar um vazio na vida. Conheci a Igreja Anglicana, passei a estudar sua teologia e pedi para fazer parte do clero”, lembra.

Com isso, continua Quintão, descobri esse jeito de ser de uma igreja que acolhe, que ama e que não é punitiva. “Encontrei um Deus que não persegue, que não fica vigiando, mas amando, cuidando e zelando, e comecei a falar disso para as pessoas, sem grandes teologias e filosofias, porque o mundo não precisa disso. Podemos ter acesso a tudo, mas isso não garante nossa felicidade. O bem-estar está dentro da gente quando estamos com este Deus maravilhoso”, disse.

Um dos pontos polêmicos defendido por Quintão é o aborto. “Não é (aborto) maravilhoso, fantástico, gostoso. Mas é uma situação que, ? s vezes, é necessária. A questão do aborto pertence ? área de saúde pública. É absurda a quantidade de mulheres que morrem neste país por causa dos abortos clandestinos. Então, descriminalizar o aborto não é uma questão de fé e de Igreja, mas de saúde pública”, defende.

Também o homossexualismo é defendido por Quintão. “Sou a favor da descriminalização, da união civil entre pessoas do mesmo sexo. Estou falando como cidadão, como uma pessoa civil. Agora, se a Igreja quer pregar que não haja a união, tudo bem. Conheço jovens, homens e mulheres, que foram expulsos de casa pelos pais porque eram homossexuais. Hoje, a ciência já mostra que ser homossexual não é ser doente. Muitas vezes, a pessoa nasceu assim. Duvido que Jesus Cristo diria: “Não quero você, não aceito você”.

Então, prossegue o reverendo, todos são bem-vindos na Igreja Anglicana, seja rico, pobre, preto, branco, homem, mulher ou gay, pois todos têm o direito de estar com Deus. “O mundo moderno é marcado por uma sociedade plural. Na minha leitura do Evangelho, todo mundo tem o direito de ser feliz. Aqui, as pessoas sentem que as diferenças são respeitadas. Já fiz mais de 3.000 casamentos, 90% em São Paulo. Casei evangélicos, hindus, judeus, muçulmanos, grávidas, desquitadas e por aí vai. Casamento gay? Farei assim que a lei permitir”.

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