
Golpe das bluzinhas: vítimas relatam casos nas redes

De acordo com reportagem do site Metrópoles deste sábado (27), clientes da Shein no Brasil tiveram dados pessoais vazados e passaram a ser alvo de criminosos. Informações como nome completo, endereço e até itens adquiridos têm sido utilizadas para aplicar o chamado “golpe das blusinhas”.
Consumidores relataram ao Metrópoles e em redes sociais que o golpe segue o mesmo padrão. Primeiro, eles realizam compras de produtos nacionais ou internacionais no site da Shein, pagando todas as taxas devidas. Em seguida, recebem mensagens no WhatsApp contendo seus dados pessoais e detalhes das peças compradas.
No texto, os golpistas informam falsamente que houve taxação pela alfândega, no valor de R$ 37,23. Eles se passam pela transportadora oficial indicada pela Shein e afirmam que a entrega só será feita mediante pagamento dessa suposta “pendência fiscal”, que na realidade não existe. Segundo vítimas, os números de contato usados no golpe são internacionais.
Uma consumidora de Ourinhos (SP) relatou no site Reclame Aqui:
“Fiz uma compra pela Shein e paguei todos os valores cobrados. Ontem, veio a atualização no meu pedido que o meu produto já se encontrava em rota de entrega em minha cidade. Porém, hoje, às 4h40, recebi uma mensagem de um contato com nome Krish, em nome da iMile Delivery, de que minha compra tinha sido taxada e que eu precisaria pagar mais R$ 37, caso contrário meu produto seria leiloado.”
Outra cliente também denunciou:
“Está tendo um vazamento de dados das compras da Shein. Recebi um e-mail em nome da empresa iMile com meu nome e endereço pedindo pra eu fazer um pix. Revejam a forma de segurança da empresa.”
A Advogada de Botucatu, Joice Camargo, que também teve seus dados vazados, explica que o fato é considerado um incidente de segurança. Há previsão legal na defesa das vítimas.
O vazamento é considerado um incidente de segurança previsto na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A empresa tem o dever legal de proteger as informações de seus clientes e responder caso falhe nesse dever. Como envolve relação de consumo, também se aplica o Código de Defesa do Consumidor (CDC): se houver prejuízo, a empresa pode ser responsabilizada civilmente e obrigada a indenizar.
A Advogada orienta as pessoas que foram lesadas com o vazamento de dados em suas compras. Ela reforça que as vítimas devem procurar seus direitos legais em caso de prejuízo.
Quem receber mensagens suspeitas deve guardar provas, não clicar em links e registrar boletim de ocorrência. Se houver prejuízo financeiro ou moral, o consumidor pode acionar a Justiça para pedir ressarcimento e indenização, com base na LGPD e no CDC, completa Joice Camargo.
Segundo o site Metrópoles, a reportagem entrou em contato com a Shein e com a iMile, empresa citada pelas vítimas, mas não obteve resposta até a publicação. O espaço segue aberto para manifestação das empresas.
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