Expectativa é de que o chamado eVTOL receba certificação em 2026, mas faça um voo de teste em escala real ainda até 2024
Os eVTOLs (sigla em inglês para “veículo elétrico de pouso de decolagem vertical”) podem contribuir com um futuro sem emissões de carbono em todo o setor de aviação. A partir deles, pode ser mais fácil desenvolver aviões movidos a energia elétrica ou a hidrogênio, por exemplo.
Esta é a aposta da fabricante de aeronaves Embraer, que trabalha na criação de um eVTOL por meio da startup Eve. A expectativa é que a aeronave possa seja certificada em 2026, mas faça seu primeiro voo de teste em escala real até o início de 2024.
“Este conceito vai parecer um drone grande, porque ainda não é para levar ninguém a bordo. Ele será o ponto culminante de um monte de outros ensaios “, disse o diretor-executivo da Embraer-X, Daniel Moczydlower, em entrevista ao g1, durante o Web Summit Rio.
A Embraer-X funciona como uma área de inovação que trabalha com projetos que, depois de alguns anos, serão incluídos nos negócios da Embraer ou se transformarão em novas empresas.
Enxergamos o eVTOL como um primeiro passo numa jornada de descarbonização da aviação
O projeto vai ao encontro da meta da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), que, desde outubro de 2022, tem um plano de zerar as emissões de gás carbono no setor de aviação até 2050.
“Para isso acontecer, teremos que desenvolver muita tecnologia nova. Uma delas é a eletrificação”, afirmou Daniel. “A Eve está sendo importante para trazermos para a Embraer esse conhecimento supervalioso de como é projetar, operar e fazer manutenção numa aeronave totalmente elétrica”.
Os aviões com fontes de energia renovável estão há alguns anos no radar da Embraer, que já apresentou conceitos de aeronaves movidas a energia elétrica e a hidrogênio.
Como será a viagem de eVTOL?
A Eve espera que, depois da certificação da aeronave, a operação comercial do serviço seja feita por parceiros a partir de 2027. No início, viagens de cerca de 15 minutos deverão custar entre US$ 50 e US$ 100 (R$ 250 a R$ 500, na cotação de 4 de maio), mas a ideia da empresa é reduzir os valores.
“Nosso parâmetro de comparação é quanto você gastaria para fazer o mesmo trajeto de táxi, só que ficando preso duas ou três horas no engarrafamento. Queremos que seja possível usar esse mesmo dinheiro para fazer um voo de 10 ou 15 minutos”, disse Daniel.
A startup da Embraer tem cartas de intenção, isto é, acordos prévios de compra para cerca de 2.800 eVTOLs, o que vai representar um faturamento em torno de US$ 8 bilhões (R$ 40 bilhões).
No futuro, a empresa acredita que será possível permitir a operação simultânea de até 200 eVTOLs na cidade do Rio de Janeiro e até 300, na cidade de São Paulo. As aeronaves, que poderão voar sem piloto, serão gerenciadas por um sistema de controle de tráfego exclusivo para elas.
Fonte: portal G1
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