Vai ficar um pouco mais complicado e caro para as pessoas que quiserem tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a partir deste mês de janeiro, já que os candidatos terão que passar por cinco aulas em um simulador de direção que estará instalado em autoescolas. A definição é uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), válida apenas para a categoria B (habilitação para automóvel).
A nova sistemática do trânsito entrou em vigor nessa quarta-feira (2) em todo País. Entretanto, o processo vai elevar em até 20% o valor gasto na emissão do documento. Antes da mudança, o interessado em obter a permissão para dirigir tinha de desembolsar, em média, R$ 1,2 mil, segundo a Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto). Com a alteração, esse valor terá um acréscimo de R$ 250,00.
De acordo com as normas do Contran as aulas, de 30 minutos cada, devem ser feitas, obrigatoriamente, antes do início da parte prática. Importante ressaltar que as atividades no simulador não diminuem o número mínimo de aulas práticas exigidas: 20 aulas de 50 minutos. O objetivo do simulador é permitir que o estudante se familiarize com situações de risco.
No simulador a cada aula, o aluno vê o nível de dificuldade aumentar. A simulação começa com conceitos básicos e vai incorporando situações de adversidade, como trafegar em vias de grande movimento, em pista escorregadia ou sob neblina intensa. Situações são parecidas com a realidade e a estrutura para o aluno é idêntica ? do carro.
Para Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a inclusão de aulas simuladas ajuda a suprir uma carência na formação dos condutores. Os cursos existentes são insuficientes, porque só ensinam o que é necessário para a prova prática. O aluno não tem contato com os riscos que vai encontrar no dia a dia, e o simulador pode ajudar nisso.
Para adquirir o simulador exigido por lei, as autoescolas que ainda não adequaram seus sistemas terão que desembolsar R$ 40 mil, que é o custo do aparelho, mas é possível obter o simulador por comodato (contrato unilateral, gratuito, pelo qual alguém (comodante) entrega a outrem (comodatário) coisa infungível, para ser usada temporariamente).
Em todos os casos, o custo é repassado para o consumidor e as autoescolas não são obrigadas a ter a máquina e podem dividir o equipamento com outras empresas. A manutenção varia de mensalidades de R$ 750,00 a R$ 1.750,00 ou taxas de R$ 4,00 a R$ 15,00 por aula. Com esse custo, as autoescolas preveem que o preço médio da aula simulada seja de R$ 40,00, acima do que é pago pela prática, entre R$ 30,00 e R$ 35,00.
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