
A nova sede do Centro de Atendimento ao Migrante Itinerante e Mendicância (Camim), que está instalado na Avenida Paula Vieira, região da Vila Ema, deverá levar o nome do criador preservacionista Milton Francisco de Oliveira que morreu recentemente aos 70 anos de idade e foi um dos primeiros a fixar residência naquela região da cidade. Ele era casado como Maria Bernadete, com quem vivia há 53 anos (foto) e foi fundador da Associação Ornitológica de Botucatu (AOB)..
Milton era um dos maiores criadores do Brasil de um pássaro nobre e muito valioso pelo seu canto, conhecido como curió e o próprio prefeito João Cury, que tem laços de amizade com a família, sugeriu a homenagem. A iniciativa do prefeito passará pela Câmara Municipal e não deverá encontrar nenhum obstáculo para ser aprovada.
Até que a construção do novo prédio seja concluída o atendimento do Camim está sendo feito em um imóvel na Rua Capitão Tito, região do Terminal Rodoviário. De acordo com a secretária de Assistência Social Amélia Maria Sibar em razão de o antigo prédio estar muito próximo ao rio houve um desassoreamento da margem por causa das chuvas e uma reforma se tornou inviável. A opção foi pela construção de prédio novo em local mais adequado e mais próximo da rua.
Sibar cita que chegam à unidade pessoas de diferentes faixas etárias. Só não aloja as com menos de 18 anos, a não ser que estejam com os pais. Para os que passam de 60 anos é procurado uma vaga no asilo. “Com isso, a entidade tem uma faixa etária variável tirando aquele pensamento de que só as pessoas idosas que vivem na rua buscam o Camim”, disse.
Segundo ela parte dos assistidos vêm de diferentes regiões do País e trazem os mais variados problemas. Como não têm recursos ficam por alguns dias e vão embora. Recebem quatro refeições por dia e conforme o caso, passagens para que retornem aos seus locais de origem.
A assistente social Neide Zonta diz que o contingente maior de atendimento está nas pessoas sob dependência de substâncias psicoativas (álcool e, principalmente, o crack). Outro problema enfrentado pelos funcionários é que não são raras às vezes em que pessoas procuradas pela Justiça procuram a entidade “Em razão disso temos uma parceria com a Guarda Civil Municipal (GCM) que sempre está pronta para nos atender. São eles que fazem o rastreamento das pessoas”, lembra Neide.
Também constam casos de pessoas que saem dos seus estados em busca de uma vida melhor em São Paulo e acabam se espalhando pelo interior, chegando até Botucatu. “O problema é que a maioria não tem qualificação, não consegue emprego, passa a morar na rua e busca ajuda. Aqui recebem atendimento, são alimentados e tomam banho. Alguns ficam algumas horas enquanto outros passam dias, até que retornem para suas cidades ou estados de origem”, comenta a assistente social. “Cada pessoa que passa por aqui tem uma história de vida diferente. Por isso, cada caso é tratado isoladamente”, emenda.
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