Botucatu, Brotas e Agudos: o paraíso das cachoeiras no Centro do Estado

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Botucatu, Brotas e Agudos: o paraíso das cachoeiras no Centro do Estado 01 outubro 2017

 

Foto divulgação

A região de Brotas tem um relevo peculiar, intensamente esculpido há milhares de anos pela drenagem de pequenos rios e afluentes, a ponto de ter formado planaltos tubulares mais ou menos isolados. Numa extensão de 100 quilômetros de Bauru o relevo é constituído pela Formação Botucatu, principalmente arenitos quartozos de granulação fina.

É dessa paisagem, na bacia do Tietê, em Brotas, Torrinha, São Pedro, e Botucatu, ou mais à frente na serra dos Agudos onde afloram quedas d’águas no meio das matas. Com isso a natureza privilegiou a existência de cachoeiras, mas muitas delas em áreas particulares e ainda não exploradas.

Em Brotas se concentra pelo menos mais de 40 cachoeiras catalogadas, 10 têm a melhor estrutura para caminhada, banhos, prática de rappel e outros esportes radicais com boas condições de segurança e até acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção.

O secretário municipal de Turismo de Brotas, Fábio Pontes, afirma que no Estado o município é o que tem a melhor estrutura. Num levantamento do órgão constatou que a visita às cachoeiras registra uma média 2.000 pessoas, superando outros tipos de opções oferecidas de turismo.

No município de Botucatu também tem pelo menos duas cachoeiras em áreas públicas, uma está interditada (Cachoeira da Marta) e diversas delas que ficam em propriedades particulares e ainda sem condições para receber visitantes.

No momento, o Véu da Noiva em área pública possibilita as visitas de pessoas do município e da região de Botucatu. A outra é a Pavuna em área particular com cobrança de taxa para entrar em suas instalações.

A Cachoeira da Marta depende de uma licitação para escolher quem vai explorá-la. A prefeitura desapropriou o imóvel, mas precisa dotar de toda a infraestrutura e o processo é lento, explica o secretário-adjunto Augusto Tecchio.

Mas mesmo as cachoeiras em áreas privadas acabam servindo para visitas de grupos de bikes e de pessoas que gostam de conhecer a natureza. Em Agudos, após conseguir a certificação de Município de Interesse Turístico (MIT), a prefeitura iniciou a catalogação e pretende incluir as cachoeiras como opção de lazer.

Brotas é reduto de cachoeiras

Foto Divulgação

O município de Brotas é onde se concentra pelo menos dez cachoeiras que oferecem uma boa estrutura para receber o visitante, com guias, sanitários, camping, vestiários e estacionamento, mas se incluir também as cachoeiras existentes nos municípios vizinhos, algumas inexploradas, são cerca de 40 catalogadas. No entorno tem mais em Torrinha, Itirapina, São Pedro, a chamada Cuesta Basáltica Interna.

Os planaltos e morros, que circundam o Planalto do Alto Jacaré-Guaçu/Jacaré-Pepira, misturam o relevo suave com topo de serra. Essa formação geológica de milhares de anos possibilitou a existência dessas quedas d’água. Entre os municípios vizinhos nessa região se debate que muitas das cachoeiras não ficam exclusivamente em Brotas, mas em Torrinha e adjacências.

O secretário Municipal de Turismo de Torrinha, Antonio Cesar Siboldi, conta que no município tem 72 cachoeiras catalogadas, uma delas, Cachoeira dos Macacos, com queda d’água de 180 metros de altura localizada dentro do hotel-fazenda Vale Verde. Nem todas estão abertas à visitação e são exploradas para turismo.

Além dessas cinco cachoeiras em um só local, o secretário destaca que há outras cachoeiras como a Cachoeira do Bissoli com uma queda de 76 metros, em área da Mata Atlântica totalmente preservada, com árvores centenárias ao longo de toda a trilha na estrada municipal SP-020.

A Cachoeira do Cidão tem uma queda d’ água pequena, com aproximadamente 6 metros com acesso fácil, conforme a Secretaria de Turismo do Município. Brotas, no entanto, é onde o turismo mais se organizou e estruturou para receber turistas.

O secretário municipal de Turismo de Brotas, Fábio Pontes, destaca que, nos últimos anos, o conceito das empresas que exploram o turismo nessas cachoeiras mudou. “Hoje em dia os proprietários de cachoeiras em áreas privadas estão transformando em ecoparque. Nesses locais agora tem mais atrativos dentro da área como arvorismo, tirolesa, alguns têm rafting, cavalgada, entre outros. Estão agregando atividades para segurar o turista no local”, explica.

As empresas mudaram porque o turista não procura a cachoeira só para banhar-se em período de muito calor. “O turista pode ir à cachoeira, mas pode ir só no restaurante, porque tem outras atividades”, ressalta o secretário de Turismo.

Pontes cita que, até para preservar esses locais, há leis municipais que foram criadas para preservação dessas áreas. Segundo ele, para abrir essas cachoeiras ao público é necessário apresentar um estudo do impacto ambiental para saber quantas pessoas podem receber sem degradar.

A visita a cachoeira é o setor que mais atrai visitações. O secretário comenta que com base em dados do voucher (sistema de controle de visitação turística) o passeio em cachoeira atrai média de 2 mil pessoas/mês. Os clientes de atrações e serviços turísticos são devidamente identificados e pagam a taxa de R$ 1,06 por cada atividade. “A visitação à cachoeira tem mais rotatividade que o rafting. Esses número são interessantes, porque pensam que Brotas é só rafting”, cita.

O rafting é um esporte radical que se baseia na prática de descida em corredeiras em equipe utilizando botes infláveis e equipamentos de segurança.

Agudos prepara roteiro de ecoturismo  

Foto Divulgação

Além da boa qualidade da água de Agudos, o município também prepara para explorar o potencial turístico de duas cachoeiras. Por enquanto elas não têm estrutura. Uma equipe composta pelo setor de Turismo, Comunicação, Planejamento e membros do Conselho de Turismo (Comtur) iniciou o levantamento pontual dos atrativos da área rural, rios e cachoeiras que possam compor roteiros e opções de passeios de ecoturismo.

A cachoeira da Glória é bem conhecida na região, mas no local não tem sinalização e estudo de impacto ambiental. A equipe já levantou  algumas propriedades rurais que possuem capelas, produção de doces, queijos, caldo de cana e cachoeiras.

De acordo com a assessoria de imprensa. a intenção é fazer parcerias com os proprietários e abrir estes locais para a visitação turística e para aquisição dos produtos.

A administração municipal vai criar uma estrutura de acesso seguro nas cachoeiras e nos rios que nascem no município, como Rio Turvo e Batalha e estabelecer um programa de visitas monitoradas, para garantir também a preservação das áreas nativas e os atrativos naturais.  Agudos foi certificado como Município de Interesse Turístico (MIT). Com esta classificação, a prefeitura terá direito de receber do Governo do Estado cerca de R$ 650 mil por ano para impulsionar o turismo local. O município fica na Serra dos Agudos, formação geológica que possui mata nativa, várias nascentes e quedas d’água, fazendas e prédios históricos.

Cachoeiras ficam em área pública

Foto divulgação

No município de Botucatu tem pelo menos duas áreas públicas com cachoeiras, só uma recebe os turistas que é o Véu da Noiva que passa por adequação. A cascata com maior queda d’água, a da Marta, está interditada, mas até 2018 estará aberta. A área foi desapropriada pela municipalidade para integrar o Parque Natural Municipal Cachoeira da Marta com aproximadamente 17 hectares de mata nativa. O acesso é pela rodovia Marechal Rondon, km 243,8.

A região da Cuesta está localizada entre duas bacias hidrográficas: a do Rio Paranapanema e a do Rio Tietê. “Temos mais de 60 cachoeiras catalogadas, mas 90% são propriedades particulares e nem todas são operadas pelo turismo organizada. Os proprietários não exploram para isso. É uma meta da secretaria buscar parceria público-privada para abrir essas propriedades e mostrar a eles que o turismo é uma fonte de renda e pode gerar uma boa receita, mas tem que possuir uma infraestrutura mínima”, ressalta o secretário adjunto de Turismo de Botucatu, Augusto Cézar Tecchio.

De acordo com ele, é necessário adequar o acesso à cachoeira, geralmente não é tão fácil. “A infraestrutura não é só o banheiro, mas tem que adequar as trilhas de maneira sustentável com estudo de impacto ambiental tem que ser feito, porque não pode simplesmente abrir uma trilha”, ressalva Tecchio.

O Véu da Noiva é em uma área pública que tem tobogã e quiosques porém passa por reforma e agora terá rampa de acessibilidade, o que será diferenciado na região para dar acesso tanto a idosos como cadeirantes. O complexo turístico conta com uma estrutura de quiosque com churrasqueira, lanchonete, toboágua, lago com aluguel de caiaque.

As cachoeiras do  Parque Ecológico da Pavuna têm seis quedas d’água e mais represa, trilhas, atividades de ecoturismo como rapel, stand e caiaque (oferecido por agência receptiva).

A cachoeira da Marta foi desapropriada e vai  passar por estudo de manejo e impacto ambiental. Segundo o secretário, é uma das mais bonitas localizada em uma Área de Preservação Ambiental (APA).

Fonte: Jcnet/Aurélio Afonso

 

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