Ministério da Saúde disse que vacina não causou reação adversa
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado, dia 22, que conversou por telefone com o pai da criança de 10 anos que teve arritmia cardíaca 12 horas depois de receber a vacina contra a covid-19. A criança está internada na Unimed de Botucatu.
“Conversei com o cabo da PM, pai daquela menina de São Paulo, Lençóis Paulista. Eu não vou revelar a conversa. E nem gravei. Mas como pai, o que ele falou para a gente é preocupante. Agora, foi em função da vacina ou não foi?”, escreveu.
Uma investigação do governo do Estado de São Paulo mostrou que a criança tem uma doença congênita rara, desconhecida pela família até então, que provocou o quadro clínico. Ou seja, não teria relação com a vacina.
Na quinta-feira, dia 20, o Ministro da Saúde esteve em Botucatu e conversou com a família e corpo clínico do hospital. O Ministério endossou a nota técnica da Vigilância Estadual e também afirmou que o caso não teve relação com a família.
Ela seria submetida a um exame de ressonância magnética, que acabou sendo adiado para a próxima segunda-feira (24) por recomendação do médico anestesista. “Estou aguardando ansiosamente o resultado desse exame para eu poder cuidar da minha filha e ver o caminho que vamos seguir. Só essa ressonância que ela fará na segunda-feira poderá nos dar o diagnóstico final”, afirma o pai da criança, o policial militar Claudimar Petenuci.
O evento adverso pós-vacinação foi descartado após análise do Centro de Vigilância Epidemiológica da pasta, realizada por mais de dez especialistas. “Não existe relação causal entre a vacinação e o quadro clínico apresentado, portanto, o evento adverso pós-vacinação está descartado”, diz a conclusão do relatório.
O que ela teve, segundo o Estado de SP e Ministério da Saúde
A análise apontou que o episódio foi desencadeado por uma doença congênita rara, a síndrome de Wolff-Parkinson-White, até então desconhecida pela família.
“A síndrome de Wolff-Parkinson-White, até então não diagnosticada e desconhecida pela família, levou a criança a ter uma crise de taquicardia, que resultou em instabilidade hemodinâmica”, disse a Saúde, citando a investigação feita pelo governo local.
A criança permanece internada na UTI Pediátrica, mas o estado de saúde é considerado estável. Em nota, a Unimed de Botucatu informou que todos os dados de exames e diagnósticos estão sendo fornecidos às autoridades competentes para investigação.
Segundo Petenuci, a visita dos ministros a Lençóis Paulista foi precedida de uma ligação de Bolsonaro. “O presidente me ligou e perguntou se eu poderia receber o ministro Queiroga. Ele e Damares estiveram com a gente e também fizeram uma visita à minha filha”, disse Petenuci. Aos pais da criança, Queiroga teria informado que o Ministério da Saúde acompanhará de perto o caso.
Com informações da Folha Pressa e Poder 360
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