

Texto: Arquiteto Pedro Paulo Pacheco
A Esguia e elegante Igreja que hoje carinhosamente recebe o nome de Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, é projeto do brilhante Arquiteto Ramos de Azevedo. Com seu estilo eclético evidente em sua fachada e interior, deixa as grandes marcas em Botucatu de um dos mais importantes arquitetos brasileiros do Século XX.

Antes dessa grande empreitada, as missões Capuchinhas se instalaram em Botucatu a pedido de Dom Lucio, e celebravam as missas na antiga igreja de São Benedito, que tinha sua construção na atual praça Paratodos, com a demolição da igreja, que já estava em ruinas, o botucatuense Dr Cardoso de Almeida doou as terras para a construção de uma nova igreja em honra a Nossa Senhora de Lourdes. E no ano 1914 sua pedra inicial foi lançada com a construção da gruta em frente ao Santuário, mas em 1917 que sua construção foi concluída em tijolos a vista e adornos em pedra.
Francisco de Paula Ramos de Azevedo nasce em 1851 na cidade de Campinas, mas foi na Bélgica que iniciou seus estudos, iniciados nas áreas da engenharia e posteriormente, por pressão de seus professores, imergindo na Arquitetura. Autor dos mais celebre edifícios da cidade de São Paulo, como o Teatro Municipal e o Mercadão, Ramos de Azevedo desenhou importantes cidades do interior paulista.

Em Botucatu, por influência de seu cunhado Dr José Cardoso de Almeida, elaborou projetos para o antigo Fórum Cadeia, atualmente a Pinacoteca de Botucatu e para o Santuário Nossa Senhora de Lourdes.

Sendo quase que uma réplica da Basílica de Lourdes na França, a igreja passou por diversas transformações ao longo dos anos, quando em 1936 os irmãos Pietro e Uderico Gentilli transportaram o céu para o teto desse Santuário.
Com grandes afrescos, que são pinturas sobre gesso fresco, os irmãos Gentilli retrataram anjos e querubins, cada um com o rosto
e roupas diferentes uns dos outros, além de um importante afresco do esplendor de Cristo na abóboda principal do Santuário, que retrata Nossa Senhora com as roupas iguais as da aparição em Lourdes e o simples Francisco de Assis, santo fundador da ordem dos Capuchinhos, além de preencher todas as paredes internas desse magnifico Santuário com cenas da vida de cristo e detalhes arquitetônicos em perspectiva.
Atualmente o Santuário não realiza casamentos, por determinação interna, mas não é difícil encontrar fotos de avós, pais ou parentes mais antigos com a suntuosidade e ao mesmo tempo simplicidade dos casamentos que não dependiam de flores para sua decoração, embora meu tio Reginaldo Piozzi, o saudoso diretor da Escola Industrial fizesse questão de decorar e completar com perfeição o que já era uma obra prima.
Esperamos que um dia possamos ver os governantes de nossa cidade darem o título tão merecido a este Santuário, o de Patrimônio Histórico e Obra Prima de Botucatu.




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