Arma confeccionada por botucatuense é usada no Fantástico

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Arma confeccionada por botucatuense é usada no Fantástico 09 janeiro 2011

Quem teve a oportunidade de assistir o programa Fantástico da Rede Globo de Televisão na noite deste domingo (9), viu uma reportagem de mais de cinco minutos sobre uma arma artesanal (fuzil AR-15) confeccionada em aço pelo escultor botucatuense Pedro César, a pedido do Departamento de Jornalismo da Emissora. A finalidade da reportagem foi a de mostrar o grau de segurança nos aeroportos internacionais brasileiros, em estados que serão sede da Copa do Mundo de 2016.

Para realizar a reportagem o repórter Eduardo Faustini colocou essa arma em uma mala e passou com ela pelo sistema de segurança de vários aeroportos. Em alguns casos ele entrou até em aviões. A arma viajou cerca de 12 mil quilômetros passando por nove aeroportos e o resultado não foi nada positivo em relação a segurança.
Pedro Cesar lembra que o trabalho teve uma sequência. “Foram várias peças soldadas para chegarmos ao que o contratante nos pediu. E tudo foi feito no mais absoluto sigilo, para não atrapalhar o trabalho jornalístico que iria ser feito. Por várias vezes pessoas ligadas ao projeto visitaram meu galpão, procurando passar despercebidas para não levantar suspeitas”, disse Pedro Cesar.

Ele revela que a arma é uma peça muito rústica e que pesa 200% a mais do que uma arma comum e ele acompanhou o trabalho jornalístico. “É gratificante saber que um programa como o Fantástico da maior rede de televisão do País, viesse nos procurar para confeccionar essa arma artesanal. E deu tudo certo. A arma serviu para mostrar a fragilidade da segurança nos aeroportos”, colocou Pedro César.

{n}Despreparo{/n}

Para o comentarista de segurança da TV Globo, Rodrigo Pimentel, é assustador ver um passageiro dentro de um avião com um fuzil que poderia ser de verdade, mostrando a falta de preparo dos agentes de segurança dos aeroportos. “Numa situação real a pessoa que estava com a arma poderia sequestrar a aeronave, disparar contra os pilotos e até mesmo derrubar o avião. O buraco provocado pelo disparo do fuzil poderia despressurizar a aeronave e provocar uma queda”, observou Pimentel.

Lembra o comentarista que há muito combustível de aviação e aeronaves reabastecendo e com uma munição específica – incendiária e não perfurante – esse homem poderia provocar uma tragédia, uma explosão, inclusive com passageiros dentro da aeronave. “É muito preocupante porque já existe tecnologia. Nós estamos ? s vésperas de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada. Já existe fragilidade no transporte pelo interior do país. No Rio, por exemplo, 34 mil armas são apreendidas por ano pela polícia. Essas armas chegam por portos, aeroportos e rodovias. Toda essa fragilidade preocupa muito”, disse Pimentel.

O produtor da reportagem (Faustini) chegou a ser abordado por uma agente no aeroporto de Juiz de Fora e até revistado. “Em um primeiro momento, ela percebeu alguma coisa suspeita, mas não teve capacidade técnica de persistir na revista e localizar o fuzil”, conta Pimentel. “A legislação é moderna, de 2003. A Lei 10.827 diz que transportar arma, mesmo sem sequestrar a aeronave, leva a uma pena de quatro a oito anos de cadeia. Se a arma for de uso privativo das Forças Armadas, a pena aumenta. Seriam mais ou menos 12 anos de cadeia”, concluiu o comentarista de segurança.

Fotos: arquivo Jornal Acontece

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