Após dois anos de espera e muita expectativa, será realizada neste fim de semana ( dias 16, 17 e 18) a 3ª Festa da Capela de Santa Cruz de Anna Rosa, organizada pela Paróquia de São Pio X. O evento, que terá programação religiosa e festiva, dividida entre a Capela de Santa Cruz de Anna Rosa e Praça da Juventude, na Cohab 1, promete movimentar a cidade.
O evento presta homenagem à jovem que foi assassinada cruelmente e simboliza o combate à violência contra as mulheres. A história de sofrimento de Anna Rosa será para sempre lembrada em Botucatu. A iniciativa ainda incentiva o resgate da cultura e tradição caipira na região.
Praça de alimentação – Será montada, na Praça da Juventude, uma ampla praça de alimentação, onde haverá opções como: espetinhos, sopa, bebidas, pastéis, pizzas, churros, cachorro quente, batata frita, pão com linguiça e doces e coxinhas. Também haverá o tradicional almoço com espetão de carne, arroz, farofa e vinagrete.
Cavalgada e Romaria – Está programada para o domingo 18/9, a realização da Cavalgada da Família e desfile de cavaleiros, além da já conhecida Romaria com os grupos Papa-Trilhas e esse ano com as Mulheres que Correm.
Cuidando da autoestima – Durante todos os dias, representantes do Instituto Embelleze, de Botucatu, estarão na festa oferecendo cortes de cabelo às mulheres presentes. No mesmo local, haverá sessões de massoterapia.
Exposição – Quem for prestigiar a Festa de Santa Cruz de Anna Rosa também vai poder conferir a exposição “Retratando a violência contra a mulher”, uma campanha para o enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres e meninas.
Orquestra de Viola e Violão e Encontro de Violeiros – Como parte da programação que busca o resgate da cultura caipira, no sábado, 17/09, terá a apresentação dos violeiros da AFRAPE.
No domingo, 18/09, haverá uma apresentação da Orquestra de Viola e Violão do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu (IBB) e também um Encontro de Violeiros, que estará aberto a músicos amadores que quiserem participar. Basta entrar em contato com a Secretaria da Paróquia de São Pio X até o final de agosto pelo telefone (14) 38158-348.
Relembre a história de Anna Rosa
Na manhã do dia 22 de junho de 1885, um fazendeiro cavalgava por Botucatu, quando o animal, inesperadamente, o conduziu para um terreno nos arredores do município, próximo ao Rio Lavapés. Ali, o homem encontrou abandonado o corpo de uma mulher mutilada, sem os seios, orelhas, lábios, dedos e língua.
Graças a uma escrava fugida que viu o crime, escondida, foram reconhecidos assassino e vítima: a jovem era Anna Rosa, de 20 anos, e seu algoz era o próprio marido, Francisco Carvalho Bastos, conhecido como Chicuta, um influente carreiro com idade entre 40 e 45 anos.
A tragédia de Anna Rosa chocou a pacata Botucatu do século 19, que compareceu em peso no seu enterro. Mais de 130 anos depois, o túmulo da moça – uma construção rosa modesta localizada no Cemitério Portal da Cruzes – ainda é preservado pelos moradores da cidade.
Mais que empáticos à tragédia da jovem, muitos ali são devotos de Anna Rosa, considerada milagreira na região. Seu túmulo tem centenas de placas em agradecimento de pessoas que afirmam ter alcançado graças por intercessão dela.
De milagreira à moda de viola Por mais de 70 anos, a história de Anna Rosa foi passada de geração em geração de forma oral, até que, em 1957, a dupla sertaneja Tião Carreiro e Pardinho gravou uma música que conta a tragédia da jovem, descrevendo Chicuta como um “caipira bastante atrasado” que “batia na pobre mulher com a vara de ferrão de bater no gado”. Intitulada Anna Rosa, a composição é do músico Carreirinho, nascido em Bofete.
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