Na manhã desta terça-feira (03) a direção da Rádio Emissora de Botucatu (PRF-8), realizou uma edição especial do programa O Palanque, totalmente voltado ao radialista Plínio Paganini, que criou o programa em 1º de março de 1964. Várias personalidades de Botucatu marcaram presença (pessoalmente ou por telefone) para lembrar o radialista, que foi um dos maiores ícones do rádio botucatuense de todos os tempos.
Falar do Plínio é falar da própria história de Botucatu. O rádio se divide em dois tempos: o de antes do Plínio e o pós-Plinio. Ele revolucionou o rádio no interior. Quem teve o privilégio de trabalhar ao lado dele sabia do seu caráter e de sua seriedade para com a notícia e das muitas promoções que fazia para ajudar o próximo, comentou o atual âncora do programa e radialista, Waldir Duarte.
O jornalista Haroldo Amaral lembra que a antiga sala de Paganini era um verdadeiro depósito de produtos para serem distribuídos ? população. Naquela famosa sala do Plínio tinha óculos, remédios, roupas, receitas médicas, gêneros alimentícios, produtos eletrodomésticos, enfim um pouco de tudo. Fazia os pedidos através do programa e a população doava os produtos que eram colocados em sua sala e ele mesmo realizava a entrega. Por isso, não dava pra saber onde começava o escritório e terminava o depósito, brinca Amaral.
Para Caio Paganini, diretor Executivo da PRF-8, Plínio Paganini fez escola e muita gente aprendeu ou se inspirou nele. Não é possível falar em rádio em Botucatu sem colocar o Plínio em primeiro plano. Ele foi insuperável e insubstituível. Lembrar os 15 anos de sua morte é resgatar a história do rádio. Por isso esse programa de hoje, na data do seu falecimento é uma maneira de dizermos obrigado e prestarmos nossa homenagem a quem dedicou sua vida ? comunicação, exaltou o diretor.
{n}Plínio Paganini{/n}
Nasceu em Botucatu aos 18 de novembro de 1927. Filho de Primo Paganini e Elvira Gallo Zanotto Paganini. Estudou no Grupo Escolar Dr. Cardoso de Almeida, onde fez o curso primário. Depois concluiu o Curso de Formação ginasial e colegial na Escola Técnica de Comércio Nossa Senhora de Lourdes, de Botucatu.
Formou-se em Direito pela Fundação Kamig Bazarian, de Itapetininga (SP). Ingressou no rádio em 1941, na Radio Emissora de Botucatu, onde ficou até sua morte. Foi, sucessivamente, office-boy, locutor esportivo, repórter-policial, apresentador de programas de auditório, diretor e proprietário.
Foi repórter-esportivo no jornal Correio de Botucatu. Depois gerente e diretor. Tornou-se proprietário do jornal Correio de Botucatu na década de 1950. Foi seu jornalista-responsável até o ano de 1977, quando o Correio foi desativado. Organizou, na década de 1970, uma experiência de jornal diário, criando o Diário de Botucatu, publicação que subsistiu por mais de dois anos. Criou o programa O Palanque na Radio Emissora de Botucatu, em 1º de março de 1964, onde, diariamente promovia a divulgação dos problemas do município, bem como o encontro de pessoas que podiam ajudar-se mutuamente.
Foi duas vezes vereador em Botucatu. Foi prefeito em dois mandatos, no primeiro dos quais assumiu a chefia do Executivo botucatuense, com o falecimento do prefeito Emilio Peduti, já que era vice-prefeito eleito.
Como prefeito trouxe para Botucatu, entre outras coisas, a SABESP Cia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo; adquiriu, em maio de 1976, o prédio da antiga Diretoria Regional dos Correios e Telégrafos para a instalação da sede do governo municipal; trouxe a sede do 12º Batalhão da Policia Militar (BPM-I); construiu, em convênio com o governo do Estado, o Viaduto Bento Natel ligando a Vila Antarctica ? Vila Aparecida. Faleceu, aos 03 de janeiro de 1997, em sua cidade natal.
Foto: Valéria Cuter
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