Show em cartaz se vale da sonoridade dos instrumentos, três pilares musicais, que permitem ao máximo a potência de cada um com abertura para a improvisação
Formado por Fábio Augustinis (bateria), Daniel Ribeiro (contrabaixo) e Eloá Gonçalves (piano), o Trio Matiz faz show gratuito no domingo, dia 29, às 20 horas, no Cine Teatro Nelli, em Botucatu. Há três anos, esses amigos resolveram se debruçar sobre as tradicionais composições de jazz.
“Desde sempre tivemos esse interesse em tocar na formação de trio, até por se tratar de uma formação bastante transparente e que privilegia os três solistas. Trata-se de uma música completa, que não falta nada. Os três instrumentos têm uma projeção diferente de quando, por exemplo, você toca acompanhando um cantor ou em formações maiores. São três pilares musicais que permitem ao máximo a potência de cada instrumentista”, destaca Fábio Augustinis.
O show em cartaz se vale da sonoridade do primeiro álbum do Trio. Ao todo, são nove músicas autorais, tanto compostas por Eloá Gonçalves (atualmente, a pianista também acompanha a cantora Sandy) quanto por Alex Heinrich, com arranjos assinados em parceria pelos integrantes do trio. Enquanto ela se vale da experiência da música erudita e brasileira, ele aposta no groove e no funk norte-americano.
“O próprio nome Matiz representa justamente esses contrastes e essas nuances que, em determinados momentos, podem ser antagônicas. O som do trio reflete bastante isso. Quem vai ao show ou escuta o disco perceberá momentos muitos distintos com relação à tensão e relaxamento, preto e branco e colorido ou sessões leves e enérgicas”, explana Eloá Gonçalves.
Da mesma forma, o tão esperado (e inusitado) improviso do jazz também está presente na sonoridade do Trio Matiz. Contudo, claro, com alguns diferenciais. “A música não foi feita exclusivamente para a improvisação, como acontece em alguns temas de jazz mais tradicionais. As composições do Matiz não seguem esse formato. Elas têm um desenvolvimento próprio e, no meio desse desenvolvimento, tem a abertura para a improvisação. Às vezes, essas sessões de improviso podem ser uma nova parte da música ou ainda servem para unir um momento a outro da composição. No jazz, essas improvisações dão vida à música, transformando cada espetáculo em único”, conta Daniel Ribeiro.
Álbum de estreia
O repertório do show está baseado no disco de estreia do Trio Matiz, gravado em julho de 2015. Contemplado por dois editais de incentivos (gravação e circulação): Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (FICC) e ProAC (Programa de Ação Cultural), o álbum nasceu no Estúdio Sol e Lua, localizado na Fazenda Gargolândia, em Alambari, no interior de São Paulo.
Das nove músicas, três contam com participações especiais: Choro de Pai e Mãe (bandolinista Fabio Peron, membro ativo do grupo do renomado instrumentista e compositor Arismar do Espírito Santo), Muito Maior (trompetista Diego Garbin e trombonista Alan Palma, professor no Conservatório de Tatuí) e Valsa do Início (compositor, arranjador e clarinetista Nailor Azevedo “Proveta”, da Big Band Mantiqueira). O álbum está à venda pelo selo da distribuidora Tratore (www.tratore.com.br). A arte gráfica do CD tem a assinatura de Ipojucã Villas Boas, filho do cartunista Glauco.
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