No último dia 21 ocorreu uma das provas de resistência mais importantes da América Latina, o Ironman Full de Cozumel, no México. Trata-se de evento esportivo de triathlon, onde os participantes devem completar 3800 metros de natação, 180 km de ciclismo e 42,2km de corrida.
Os atletas Tatiana Figueira e Leandro Polo representaram Botucatu e o Brasil na prova que exigiu muita resistência dos participantes. A competição contou com triatletas de todo o mundo.
“Nós estávamos inscritos no IRONMAN BRASIL desde 2019, mas com a pandemia a prova foi adiada diversas vezes. Continuei treinando, mesmo nos períodos críticos da pandemia, aluguei uma esteira e mantive os treinos de corrida e ciclismo em casa. Foram muitas horas de treinos “indoor”, sendo que a piscina fechou por alguns meses, fiquei sem nadar, mas nunca desanimei. Sempre busquei um plano B e sempre que liberava a piscina eu tentava recuperar o que perdi. Faltando 10 semanas, o ironman Brasil foi adiado para 2022, então meu treinador sugeriu ir para o México. Não foi uma decisão fácil, confesso que foi uma loucura, toda logística, mudanças nos treinos, aclimatação, mas valeu a pena cada segundo”, disse Tatiana.
Os atletas tiveram a orientação da assessoria de treinos Spadotto Triathlon Team, em especial do treinador Wagner Spadotto, que acompanha o casal desde 2018. Além da vontade de competir, os treinos de Tatiana tiveram uma motivação especial.
“Em 2021 eu perdi minha vó, a pessoa que mais me ensinou sobre fé, coragem e nunca perder a alegria. Ela quis muito viver, lutou até o último segundo de vida. Os treinos foram minha terapia, muitas vezes eu nadei para não chorar, pedalei chorando de saudades, corri angustiada e aprendi a transformar a dor em força. Então, queria muito fazer o ironman em novembro, pois é o mês de aniversário dela”, explicou Tatiana.
A prova exigiu muito esforço dos atletas, que muitas vezes precisam superar seus limites. Foram quase 11h00 nadando, pedalando e correndo.
A prova em Cozumel tem um visual paradisíaco, mas conta com muito calor, alta umidade e ventos fortes. Apesar de ser uma prova plana, expõe os participantes a situações extremas.
“Não pensei em desistir em nenhum momento, pelo contrário. É doloroso, não é fácil, mas eu quis muito e já penso em fazer outro. Nós mulheres não somos sexo frágil, gostaria de inspirar mais mulheres a buscarem os seus sonhos, seja no esporte ou na vida, temos que ter coragem, trabalhar incansavelmente por aquilo que queremos e acreditar em nós. Qualquer pessoa é capaz de completar um ironman. É preciso treinar, estar fisicamente preparado, mas o maior adversário é você mesmo, sua mente, pois o que te faz chegar até o final é a sua cabeça. Eu estava radiante de felicidade por finalmente conseguir viver um ironman e cruzei a linha de chegada muito emocionada e feliz”, concluiu Tatiana.
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