Por Giovanni Luque
Equilíbrio. Provavelmente, essa é a palavra que melhor define essa semifinal entre São Paulo e Palmeiras. Igualdade nos placares, desempenhos muito parecidos e muita aplicação tática marcaram os dois confrontos.
Depois de 16 anos sem conseguir chegar às finais desse certame, o Tricolor está na fase decisiva. Nesse momento, você deve estar se perguntando: “Mas, Giovanni, o São Paulo não ganhou o Paulistão em 2005?”. A resposta é sim. No mesmo ano em que conquistou Libertadores e Mundial, o Tricolor foi campeão estadual. Porém, o fato é que, em 2005 e 2006, o Paulista foi disputado em pontos corridos, logo, não teve uma partida final.
Com o empate no 1º jogo, o Tricolor do Morumbi foi ao Allianz Parque precisando quebrar um grande tabu para se classificar. O time sequer pontuou no estádio do Verdão (eram 7 jogos e 7 derrotas). Bom, se não conseguiu ganhar o jogo, pelo menos, interrompeu o péssimo retrospecto com outro 0 a 0, que levou a partida à decisão nas penalidades.
Durante os 90 minutos, observou – se, novamente, aquele clichê do futebol brasileiro: “Muita transpiração e pouca inspiração”. O Alviverde e, principalmente, o Soberano não conseguiram criar chances de perigo, muito por conta do ímpeto defensivo das duas equipes. Tanto Luan e Gustavo Gómez, quanto Arboleda e Bruno Alves, com a ajuda de Luan, se mostraram muito seguros durante toda a partida.
Prova disso são as poucas finalizações corretas. Gustavo Gómez e Deyverson exigiram duas intervenções de Tiago Volpi, enquanto Antony, em um lance isolado, obrigou Prass a fazer uma boa defesa. As defesas sobressaíram – se aos ataques, sem dar “chance pro azar”. O sistema defensivo dos visitantes conteve a pressão e o ímpeto adversário, enquanto o dos mandantes impedia qualquer chance de contra ataque do rival.
Além do que foi citado lá no 1º parágrafo como igualdade, outro fator agiu para os dois lados. O VAR. Aos 3 do 2º tempo, Liziero recebeu passe de Igor Gomes e colocou no fundo da rede. Porém, o árbitro de vídeo, endossando a decisão do bandeira Marcelo Van Gasse, anulou o gol. Depois, aos 35, Deyverson marcou o que seria o gol da vitória palmeirense, mas, também, o VAR, num lance muito complicado, interviu e anulou corretamente o tento.
Sobre esse assunto, acredito que o auxiliar de vídeo foi implantado no futebol brasileiro para diminuir os vários erros de arbitragem que tínhamos. E, pra isso, ele está servindo. Reclamações alviverdes à parte, a comissão de arbitragem tomou as decisões corretas na partida. E, penso eu, se o veredito for dado com mais rapidez, o futebol será cada vez mais justo.
Empate em 0 a 0, placar repetido e a decisão foi para as penalidades máximas. E, lá, Tiago Volpi foi herói/vilão/herói em pouco tempo. O goleiro defendeu a cobrança de Ricardo Goulart e teve a bola do jogo em seus pés. Porém, “telegrafou” o canto e Fernando Prass defendeu. No fim, foi consagrado com a defesa do pênalti de Zé Rafael e fez feliz a torcida tricolor.
Algumas reportagens deram conta que, no Morumbi, o Palmeiras venceu o duelo mental. Bom, se isto existe, eu confesso que não sei. Mas, caso seja real, o vencedor mental de ontem foi o São Paulo, que soube segurar a bola no momento certo e aguentar a pressão/nervosismo dos adversários.
Há 6 anos sem ganhar um título de expressão e há 14 sem vencer o Paulista, o Tricolor chega embalado pra final. Por conta da pior campanha, decidirá fora de casa, contra Corinthians ou Santos, que se enfrentam hoje, às 20:00, no Pacaembu.
Giovanni Luque é estudante de jornalismo e colaborador do Acontece Botucatu
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