Os defensores mais talentosos da américa latina de todos os tempos

Esportes
Os defensores mais talentosos da américa latina de todos os tempos 21 setembro 2021

Se para muitos a melhor defesa é o ataque, para muitos clubes e seleções o melhor mesmo é ter jogadores altamente comprometidos com as primeiras linhas de seus times. Os defensores, não raro, apelidados de xerifes, são guardiões ardorosos que, literalmente, deixam o sangue em campo.

O melhor defensor argentino de todos os tempos, também é um dos maiores do mundo, Daniel Passarela. Para os padrões atuais, Passarela era considerado um jogador baixo (1,76 m), mas sua cobertura era praticamente perfeita, graças à sua grande impulsão e agilidade. O jogo aéreo sempre foi uma característica marcante, fosse na defesa, fosse no ataque, aliás, Passarela marcou muitos gols em sua carreira, tanto no cabeceio, como na cobrança de faltas, consagrando-se como o segundo zagueiro que mais fez gols na história, atrás apenas de Koeman; foram 166 gols marcados  entre River Plate, seleção argentina e futebol europeu. Passarela foi o primeiro argentino a levantar uma copa do mundo, em 1978. Jogou as copas de 1982 e 1986, quando, mesmo como reserva, sagrou-se bicampeão mundial, constituindo-se no único argentino que esteve presente nas duas conquistas. Aposentado, tornou-se técnico e, posteriormente, dirigente.

Se Passarela foi o primeiro argentino a erguer sobre a cabeça a taça de campeão do mundo, Hideraldo Luis Bellini foi quem imortalizou o gesto na copa de 1958, depois dele todos os outros capitães passariam a reproduzir o gesto. O paulista de Itapira, nascido em 1930, atuou pelo Vasco da Gama, São Paulo e Atlético do Paraná, clube no qual encerrou sua carreira profissional em 1969. Zagueiro clássico, vigoroso, embora pouco técnico, destacou-se pela determinação, empenho, boa colocação e lealdade em campo. Todos os seus títulos foram conquistados pelo Vasco e pela seleção brasileira. Suas pegadas foram eternizadas na “Calçada da Fama” do Estádio da Ressacada do Avaí Futebol Clube em 2011. Portador de Alzheimer, faleceu em 20 de março de 2014.

Nílton Santos não foi só um jogador de futebol, foi a “Enciclopédia” do futebol. Sabia tudo sobre o esporte, fosse no aspecto histórico, fosse no quesito técnica, era um verdadeiro líder do que poderíamos chamar de “primeira liga” brasileira, aquele plantel dos sonhos. Na PL Brasil, Nílton Santos foi um atleta completo e precursor em campo, arriscando-se em subidas ao ataque através da lateral do campo. Operou uma verdadeira revolução tática na posição de lateral-esquerdo. Muito versátil e veloz ia ao ataque com facilidade e marcava gols, inclusive. Carioca da Ilha do Governador, Nílton Santos defendeu dois clubes ao longo da carreira, Flexeiras Atlético Clube como amador, de 1939 a 1948, e Botafogo, de 1948 a 1964, profissionalmente. Jogou pela seleção brasileira em quatro copas, 1950, 54, 58 e 62, sagrando-se bicampeão nas duas últimas. Em 2000, foi eleito pela FIFA como o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos. Faleceu aos 88 anos, em 27 de novembro de 2013.

Tente imaginar que você é um zagueiro, que está em uma copa do mundo e que terá pela frente atacantes de peso como Stoichkov, Raúl, Kanu, Henry e Trezeguet. Agora imagine que você enfrentou este batalhão de feras e não cometeu uma falta sequer em quatro partidas disputadas. Imaginou? Pois foi isso que Carlos Alberto Gamarra Pavón fez, ou melhor, não fez. Combativo, extremamente técnico, Gamarra acabou sendo eleito o melhor zagueiro daquela edição de copa do mundo em 1998. Jogou em diversos clubes, entre eles Cerro Porteño, Internacional de Porto Alegre,  Benfica, Corinthians (campeão brasileiro em 1998), Internazionale, Palmeiras e finalmente, Olímpia, onde encerrou sua trajetória como jogador profissional em 2008. Pela seleção paraguaia jogou de 1993 a 2006. Gamarra foi eleito para a seleção ideal da América do Sul nos anos de 1995, 96, 98, 2000 e 2005. Curiosidade, seu nome é uma homenagem ao brasileiro Carlos Alberto Torres.

“A grande área é minha casa, aqui só entram convidados”. Mais que um recado, a frase de Elías Figueroa transformou-se num lema. O maior jogador chileno da história, é um dos mais talentosos zagueiros das Américas e do mundo em qualquer tempo. Nascido na cidade de Valparaíso, em 1946, começou sua carreira no modesto Unión de Calera, em 1964, transferindo-se para o Santiago Wanderers, em 1965. Seu futebol cheio de talento, garra e disposição foi observado pelo Peñarol do Uruguai, clube pelo qual jogou entre 1967 e 1971. Neste ano, Figueroa é contratado pelo Internacional de Porto Alegre e faz história. Foi hexacampeão gaúcho (1971/72/73/74/75/76) e bicampeão brasileiro (1975/76). Disputou 17 clássicos contra o Grêmio e perdeu apenas um. Em 2000, a Federação Internacional de História e Estatística do Futebol classificou-o como “o trigésimo sétimo melhor jogador de futebol do século XX” e “melhor defensor sul-americano do século XX”. No Brasil, em votação feita por especialistas e organizada pela revista Placar em 2001, declararam Figueroa como o “melhor jogador estrangeiro a atuar no futebol brasileiro no século XX”.

Amigos, talentos não faltam, falta espaço para discorrer sobre uma legião de defensores garbosos, combativos, extremamente talentosos e leais.

Uma colaboração de Sergio Rocha

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