Os ônibus Mosqueteiros I e II participaram de momentos icônicos da história do Corinthians, como a invasão corintiana em 1976, o título paulista de 1977 e a democracia corintiana, na década de 1980.
Nesta última quinta-feira, um movimento importante dentro do Parque São Jorge agitou sócios e torcedores corintianos. Isso porque o Mosqueteiro I, histórico ônibus do clube, que estava encostado em uma área na parte da sede social, deixou o local guinchado rumo a cidade do interior paulista de Botucatu, a 234 km da capital paulista, onde será totalmente restaurado.
A conquista em preservar um patrimônio histórico do clube é iniciativa do vice-presidente do Conselho Deliberativo, André Luiz Oliveira, o André Negão. O trabalho para deixar o veículo novo será realizado pela empresa Caio Induscar.
“Conseguimos junto a parceiros a restauração desses dois ônibus sem que o clube gaste nenhum centavo com isso”, comemorou André Negão, que neste ano será candidato à presidência do Corinthians para o triênio 2024-2026 pela Situação.
“Será restaurado o Mosqueteiro I e na sequência já temos um acordo para que sejam feitos todos os reparos necessários também no Mosqueteiro II. Quem ama o clube, quem gosta de preservar a história do Corinthians sabe da importância que esses dois veículos tiveram entre os anos 1960 e 1980 levando as delegações para os jogos e participando de conquistas e momentos icônicos da nossa história. Fico feliz em mais uma vez conseguir trabalhar em prol do Corinthians e ajudar a preservar um pouco da nossa história”, continuou.
Primeiro ônibus do Corinthians, o Mosqueteiro I foi adquirido no início dos anos 1960. Com carroceria Caio, modelo Gaivota e chassi Mercedes Benz O 355, o veículo ficou famoso por causa do luxo que proporcionava. Itens como bar, iluminação individual para leitura, carpete, cinto de segurança e banheiro, antes impensáveis para os modelos produzidos naquela década, faziam parte da estrutura disponibilizada. Com ângulos e áreas arredondadas, o design futurista da linha também chamava a atenção por onde a equipe de Parque São Jorge passasse.
Ídolos alvinegros como Rivelino, Zé Maria, Wladimir, Basílio foram alguns dos nomes que andaram no Mosqueteiro I, que participou diretamente de momentos históricos. Um deles, a invasão corintiana ao Maracanã, em 1976, quando 70 mil corintianos foram ao Rio de Janeiro para assistir ao jogo contra o Fluminense, pela semifinal do Brasileiro, que terminou com a classificação alvinegra para a final. Registros fotográficos feitos na época mostram torcedores em cima do teto do veículo após a classificação do Timão para a decisão da competição.
Além disso, o Mosqueteiro I foi o ônibus que levou os jogadores para a conquista do Paulistão de 1977, taça que findou o tabu de 23 anos do Corinthians sem ganhar títulos. O ônibus foi aposentado ao final dos anos 1970 sendo sucedido pelo Mosqueteiro II.
A segunda geração, que também passará por restauração, foi outra aquisição de impacto na época. O ônibus com o modelo de carroceria Nielson Diplomata 2.60, motor Mercedes Benz, serviu nomes como Wladimir, Sócrates, Casagrande e Zenon ícones da democracia corintiana.
Segundo André Negão, após a conclusão da restauração os ônibus voltarão a circular caso seja de interesse do clube. “Pode ser usado no transporte das delegações para as competições ou da forma como o clube achar melhor. Se quiserem colocá-los como um item de exposição seja no Parque São Jorge ou na Neo Química Arena também podem fazê-lo”, concluiu.
Fonte: Gazeta Esportiva
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