A Universidade Estadual Paulista (Unesp) promoveu, em 24 de janeiro, a formatura da 52ª turma do curso de Medicina, no campus de Botucatu. Foi a primeira com alunos ingressantes pelo Sistema de Reserva de Vagas para Educação Básica Pública.
A modalidade foi adotada pela universidade em 2013 e a formatura dos estudantes da Faculdade de Medicina representa o fechamento de um ciclo. Desde então, o número de egressos de escolas públicas na graduação da Unesp foi aumentando progressivamente, até que em 2018 a universidade alcançou a meta de destinar 50% das vagas de cada curso a alunos que cursaram integralmente o Ensino Médio na rede pública de ensino.
Dessas vagas, 35% são preenchidas por estudantes pretos, pardos e indígenas. “A universidade está contribuindo para acertar uma dívida histórica que temos, principalmente em relação aos pretos, pardos e indígenas. Quando chegamos aos 50%, a instituição se aproxima mais da sociedade que temos que servir”, afirma à TV Unesp a diretora da Faculdade de Medicina de Botucatu, Maria Cristina Lima.
“Os primeiros alunos entraram em um momento no qual vínhamos discutindo uma reestruturação curricular. A participação desses alunos ajudou a qualificar muito a proposta de um novo currículo que nós começamos no ano passado”, explica à TV Unesp a coordenadora do Conselho do Curso, Sumaia Smaira.
Retorno à sociedade
Primeiro da família a cursar uma universidade pública, Alef dos Santos de Oliveira até pensou em outros cursos, por causa da concorrência em Medicina, porém viu que seria possível realizar o sonho quando a Unesp criou o sistema. “Em me formei no Ensino Médio em 2011, mas até aquele momento não tinha possibilidade de acessar este espaço. Em 2014, o sistema surgiu na Unesp e eu acabei passando”, ressalta o formando à TV Unesp.
Stephanie Valadão também já estava perdendo as esperanças de ingressar em uma universidade pública, sem condições de pagar por uma instituição particular. “Eu morava em Mato Grosso do Sul e, sem a reserva de vagas, eu não teria a oportunidade de passar em uma universidade pública tão boa. É uma história de gratidão e orgulho por eu estar aqui”, avalia a formanda à TV Unesp.
“Agora, é trabalhar e devolver para a sociedade um pouquinho do que aprendi, ter empatia pelas pessoas e entender o lado delas. Eu me sinto bem assim”, completa Stephanie Valadão.
Fonte: Governo do Estado
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