Projeto em escola pública de Botucatu incentiva estudantes a trocarem cartas

Educação
Projeto em escola pública de Botucatu incentiva estudantes a trocarem cartas 03 agosto 2019

Com as redes sociais cada vez mais integradas no cotidiano, uma escola municipal de Botucatu (SP) decidiu implantar um projeto que incentiva os alunos do 5º do ensino fundamental a trocarem cartas com outros estudantes para se comunicarem.

O “Projeto Carta” promove a integração entre os estudantes com os alunos de uma escola particular da cidade. De acordo com a professora Antônia Aparecida da Silva, essa ação ajuda os alunos a desenvolverem a leitura e a escrita.

“Precisamos de leitores, de crianças que saibam ler, compreender e que levem isso para o resto da vida. Através da carta, não é só o aprendizado na escola, mas para a vida. Você aprende a convivência, a integração, amizade, tudo isso unido em um único momento”, explica.

As crianças contam que estão gostando da situação. Isaac de Oliveira Silva, de apenas 10 anos, por exemplo, revela que já descobriu várias coisas sobre um amigo que ainda não conheceu pessoalmente.

“Eu já descobri que ele gosta de jogar bola, já descobri que ele gosta de várias coisas, de comer lasanha, bolo”, compartilha o menino.

A Lorenna Mendes Cabral, de 10 anos, também já contou, através das cartas, todas as coisas legais que aprende na escola e diz que está gostando de participar do projeto.

“É uma experiência porque hoje em dia a gente não conversa mais por cartas, aí a gente também conhece eles no final do ano, então é bem legal”, confirma a aluna.

Uma coleção para recordar

Enquanto a nova geração está aprendendo agora a se comunicar sem as redes sociais, um grupo de mulheres, também da cidade, mantém viva a tradição de colecionar papéis de carta.

A professora Andreia Salles Silva Guimarães, que faz parte do grupo, possui mais de 2 mil e 500 exemplares de papéis de carta, e a história por trás deles é de superação.

“Eu tinha passado por uma cirurgia difícil. Faz 6 anos já que eu tirei um tumor no cérebro, então os papéis vieram me ajudar. A gente tem que ter um suporte para passar por tudo isso. Então, os papéis trouxeram isso”, reconhece a professora.

A empresária Daniela Alves conta que tem cerca de 800 exemplares e que “pensar que agora eu estou revivendo tudo isso do passado chega a ser muito emocionante”.

As colecionadoras afirmam que se conheceram pela internet e decidiram fazer um encontro para mostrar suas coleções.

A professora Andreia é a dona de uma dessas criações. A sobrinha dela fez o desenho e ela levou para uma mulher que, pela internet mesmo, produziu o papel de carta.

“É um desenho dos meus quatro filhos: o Carlos, o Marcos, o Diego e o Júnior, cada um com a sua profissão”, explica a professora.

Patrícia Canteli e sua filha Iara, de 13 anos, também compartilham esse interesse por papéis de carta.

“Eu sempre ia com a minha mãe comprar papel de carta e eu me interessei muito porque eu senti o gostinho da infância da minha mãe. A minha mãe sempre comentou comigo que, na época dela, muitas crianças também colecionavam papel de carta”, comenta a menina.

Fonte: G1

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