Um grupo de nove alunos do Centro de Isótopos Estáveis (CIE), unidade auxiliar do Instituto de Biociências da Unesp Botucatu, participou do International Nuclear Atlantic Conference 2019 – INAC 2019 (Conferência Internacional Nuclear do Atlântico, na tradução literal), organizado em Santos, de 21 a 25 de outubro, pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN). Trata-se do maior evento sobre Ciência e Tecnologia Nuclear promovido no Brasil. Nesta edição o tema foi “Nuclear New Horizons: Fueling our Future” (Novos horizontes nucleares: alimentando nosso futuro).
Dos 87 trabalhos apresentados na conferência, a primeira colocação ficou com Maria Eliza Antunes, aluna do quinto ano do curso de Física Médica do IBB. Ela apresentou o trabalho “Stable isotopes in archaeology: use of mixing models in a study about humans and fauna of Crete” (Isótopos estáveis em arqueologia: uso de modelos de mistura em estudo sobre humanos e a fauna de Creta, na tradução literal), orientado pelos professores Vladimir Costa
Maria Eliza, que é bolsista PIBIC, explica que os isótopos (átomos) são elementos muito abundantes na natureza. Por isso, podem servir para identificar e rastrear a origem de vários elementos. Inclusive, determinar o que uma certa comunidade de animais se alimentava anos atrás. Esta pesquisa foi aplicada em cima de um estudo já realizado sobre arqueologia na ilha de Creta, pertencente à Grécia.
“Para interpretar esses dados nós usamos uma técnica matemática chamada de modelos de mistura. Essa abordagem era mais utilizada em estudos de ecologia, mas nós conseguimos mostrar que também pode ser utilizada na arqueologia, por exemplo. O uso de isótopos na arqueologia é muito importante pois permite que nós entendamos do que e como nossos antepassados se alimentavam”, argumenta.
Bruno Gomes Santos, do quarto ano da Física Médica do IBB, também obteve destaque ao conquistar o quinto lugar no evento. O trabalho “Evaluation of radiation dose distribution in a beta therapy applicator – comparation with clinical electron beams (Avaliação da distribuição de dose em aplicador de betaterapia – comparação com feixes clínicos de elétrons) contou com orientação do Dr. Associado Marco Antonio Rodrigues Fernandes, do Departamento de Dermatologia e Radioterapia da FMB.
“Meu trabalho avalia a distribuição da dose de radiação aplicada na superfície e profundidade do tecido alvo. Neste caso, no tratamento de quelóide (crescimento em excesso do tecido de cicatrização). O objetivo é analisar duas técnicas de radioterapia: betaterapia (com uma fonte de estrôncio – 90) e o feixe de elétrons (acelerador linear). meu trabalho agrega dados para discutir o melhor tratamento”, explica.
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