Contra atraso da pandemia, governo de SP deve lançar 4º ano do ensino médio

Educação
Contra atraso da pandemia, governo de SP deve lançar 4º ano do ensino médio 10 junho 2020

Pelo menos dois governos estaduais no Brasil, São Paulo e Maranhão, devem lançar em 2021 o quarto ano do ensino médio para estudantes da rede pública que queiram recuperar o conteúdo pedagógico perdido em razão da pandemia do coronavírus.

A informação foi dada nesta terça-feira (9) por Felipe Camarão, secretário de Educação do Maranhão, em um debate online promovido pela Fundação Getúlio Vargas.

“Podemos recuperar em 2021 e 2022 o conteúdo principalmente dos anos escolares iniciais. No ensino médio, como não temos tanto tempo, iremos lançar o quarto ano opcional para os estudantes que forem aprovados no terceiro ano e não se sentirem contemplados no conteúdo, seja no remoto, seja no presencial a partir da volta”, afirmou o secretário.

“Eles poderão cursar esse ano obviamente sem nenhum custo. Mesmo que o MEC [Ministério da Educação] não nos mande recursos, o governo estadual irá bancar”, complementou Camarão, que disse que o mesmo seria feito no estado de São Paulo.

Procurada pela Folha, a secretaria de Educação paulista confirmou que o projeto está em desenvolvimento, mas não pôde informar mais detalhes, uma vez que o secretário, Rossieli Soares, está internado com Covid-19 há uma semana e foi transferido para a unidade de terapia intensiva do Hospital 9 de Julho.

A secretaria enviou à Folha o vídeo de um debate sobre o Enem, organizado por Chaim Zaher, dono do SEB (Sistema Educacional Brasileiro), em que Rossieli falou do projeto, no final de maio.

Segundo o secretário, a ideia surgiu em uma live em que alunos perguntaram se poderiam cursar novamente o terceiro ano em 2021, mesmo que sejam aprovados, para se prepararem melhor para o Enem e para outros vestibulares.

Diante disso, ele passou a discutir com a sua equipe a criação do quarto ano opcional, algo que, segundo ele, já havia sido cogitado nas discussões sobre o novo ensino médio brasileiro.

A partir de 2022, os currículos devem estar reformulados para se tornarem mais flexíveis, centrados no interesse dos alunos, com itinerários que eles escolham, a fim de que se dediquem mais a matérias de sua preferência. A implementação dessa mudança, que já era complexa no mundo pré-pandemia, tornou-se ainda mais complicada agora.

As datas para a reabertura das escolas ainda não foram definidas no país, e a retomada deverá ser regionalizada, baseada no estágio da pandemia em cada lugar.

Além disso, é prevista uma volta gradual, sendo que não há consenso, nem no Brasil nem internacionalmente, se deverá ocorrer primeiro pelos alunos mais novos ou se pelos mais velhos.

O Maranhão, de acordo com o secretário, deixará as crianças menores por último, por terem menos condições de respeitar os protocolos de segurança contra a transmissão.

No estado, retornarão inicialmente as faculdades, depois o ensino médio e na sequência o fundamental 2 (sexto ao nono), o 1 (primeiro ao quinto) e, por fim, o infantil. Ele acredita que essa última etapa possa ocorrer apenas entre outubro e novembro. Em São Paulo, segundo a secretaria, o cronograma ainda não foi definido.

Fonte: Jcnet/Folha Press

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