Botucatuense desenvolve pesquisa na Unesp de Bauru que identifica pessoas após a morte

Educação
Botucatuense desenvolve pesquisa na Unesp de Bauru que identifica pessoas após a morte 01 setembro 2016

9e06eaec-8370-4755-91b5-c0745535a6a6Pesquisa desenvolvida na Unesp de Bauru ajuda a identificar pessoas após a morte por meio de imagens de tomografia computadorizada da região craniana. A proposta é avaliar as características das pessoas por meio das imagens dos seios frontais e maxilares. Atualmente, este processo é feito por meio de raio-x mas as imagens geradas por esta modalidade apresentam qualidade inferior as da tomografia.

De acordo com o responsável pelo estudo, o botucatuense Luis Antônio de Souza Junior, do Programa Interunidades de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Unesp, os seios frontais das pessoas apresentam a formação completa por volta dos vinte anos de idade. Já os seios maxilares, a partir da erupção da segunda dentição, ou seja, aproximadamente aos 12 anos de idade.

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Luiz e os orientadores do projeto, Nilceu Marana e Silke Weber

“O que torna esta avaliação mais confiável são as estruturas dos seios paranasais, que são as cavidades ósseas. Neste estudo foi utilizado os seios frontais e os maxilares – que estão relacionadas aos tecidos duros do corpo humano, os ossos, que apresentam alta permanência, mesmo após a morte”, explica Souza Junior.

Ele conta ainda que este fator é importante para a composição de sistemas biométricos forenses, uma vez que as características utilizadas para o reconhecimento serão coletadas após o falecimento do indivíduo, não podendo apresentar variação pós-morte.

O levantamento dos dados para a pesquisa foi realizado no Hospital Estadual de Bauru, no interior de São Paulo. A base de dados utilizada era formada por 62 exames de 31 pessoas distintas. Cada pessoa dispunha de dois exames realizados em momentos diferentes, simulando o cenário ante-mortem e post-mortem. Cada exame era composto por cinco imagens dos seios frontais e cinco imagens dos seios maxilares. Ao final, o sistema apresentou 620 imagens para a realização dos experimentos.

De modo geral, os sistemas de identificação biométrica operam em duas etapas. Na primeira, é efetuado um cadastro dos indivíduos em uma base de dados, onde são armazenadas as características biométricas. Nesta etapa, as características são usadas para identificar pessoas em futuras comparações. Já na segunda, ocorre o reconhecimento ou autenticação de um indivíduo: as características biométricas são comparadas com as demais características armazenadas na etapa anterior, do cadastro.

Para encontrar a melhor forma de busca de identificação de uma pessoa, Souza Junior utilizou a etapa do reconhecimento recorrendo ao sistema de autenticação, que trabalha com a busca de um indivíduo na base de dados por meio de uma única comparação. Durante a busca, ele indica se houve acerto (no caso da comparação das características ser do mesmo indivíduo) ou erro (quando os padrões são diferentes).

Desta forma, o pesquisador trabalhou com todas as características de todos os indivíduos que integram a base de dados e o método foi avaliado por meio de experimentos, calculando as taxas de verdadeiro positivo (quando é o indivíduo e o sistema conclui que é), verdadeiro negativo (quando não é o indivíduo e o sistema diz que não é), falso positivo (quando não é o indivíduo e o sistema revela que é) e falso negativo (quando é o indivíduo e o sistema aponta que não é).

Para reforçar a eficiência do método, o pesquisador ainda confrontou os resultados obtidos com experimentos realizados com as mesmas bases de dados porém, utilizou as informações dos seios paranasais extraídas das imagens de tomografia de forma manual.

“Os resultados de reconhecimento obtidos foram bastante próximos aos atingidos de forma manual, o que reforça o sucesso do método automático”, explica o orientador Aparecido Nilceu Marana, professor do Departamento de Computação, da Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru.

Segundo ele, a pesquisa traz como diferencial a utilização dos seios maxilares para a identificação de indivíduos. “As estruturas dos seios maxilares têm sido utilizadas em estudos com foco na definição de gênero de indivíduos, mas o seu uso para a identificação de indivíduos é inovador”.

Outro ponto destacado pelo professor é com relação ao uso das características dos seios frontais e maxilares simultaneamente. “Isto ilustra uma nova estratégia de avaliação de indivíduos e agrega valor de discriminação no ato do reconhecimento”, finaliza.

(Assessoria de Imprensa Unesp)
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