Projeto de extensão do IB abre eleição para ave símbolo de Botucatu

Ecologia
Projeto de extensão do IB abre eleição para ave símbolo de Botucatu 24 julho 2017
Iniciativa reforça, junto à população, importância da preservação da avifauna local

A fauna brasileira é riquíssima. E quando o assunto é aves, o País se destaca ainda mais. O Brasil é segundo país no mundo em espécies: mais de 1,9 mil catalogadas. Em Botucatu esse cenário não é diferente. São cerca de 300 espécies, dos mais variados tamanhos, cores e bicos, que podem ser encontradas tanto na área rural quanto urbana do Município.

Para envolver a população ainda mais em torno da preservação ambiental, foi aberta na cidade uma eleição inusitada. Até 30 de setembro, pela internet, a comunidade pode escolher qual é a ave símbolo de Botucatu. O resultado será divulgado em 5 de outubro, data em que é comemorado o Dia da Ave.

Trata-se de uma iniciativa do Clube de Observadores de Aves de Botucatu (CoAVES), que integra o projeto de extensão universitária “Passarinhando: Educação Ambiental e Conservação”, do Laboratório de Etologia do Instituto de Biociências (IB) da Unesp (Universidade Estadual Paulista). A ação ainda conta com parceria da Secretaria Municipal do Verde, que cede o Parque Municipal aos encontros mensais dos clubistas.

“Das 300 espécies, fizemos uma pré-seleção das 80 mais comuns para esta eleição. Estamos preparando uma exposição de fotos para rodar a cidade e evidenciar essa votação da ave símbolo de Botucatu, que é algo novo e pretende atrair a atenção de todos em torno desse tema: a preservação de nossas aves”, declara Gustavo Toledo Bacchim, presidente do CoAVES.

Para votar na ave símbolo de Botucatu, basta acessar o seguinte link no Google Docs [https://goo.gl/forms/6Ls8hwP5H5WS80Bo1] ou a página do projeto no Facebook [https://www.facebook.com/Passarinhando.Btu/].

Observar e preservar

A eleição é um desdobramento do projeto, que nasceu em maio deste ano. Ele é coordenado pela Profª Dra. Silvia Mitiko Nishida, responsável pelo laboratório de Etologia, e envolve alunos de graduação do curso de Ciências Biológicas do IB e um mestrando do Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Selvagens (Cempas) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ).

Na avaliação da professora, o projeto é uma importante ferramenta para divulgar e popularizar a ciência. Especialmente as pesquisas da avifauna local, o que deverá render ainda para este ano, o lançamento oficial de um Guia de Aves de Botucatu.

“Queremos estimular a população botucatuense a observar as suas aves livres no ambiente natural e mostrar a sua importância ecológica como dispersora de sementes, polinizadora de flores, controladora da população de insetos, entre outras funções que estes animais desempenham”, destaca Silvia.

Trilhas no Parque

Neste sentido, o grupo do projeto Passarinhando organiza encontros abertos ao público em geral para a observação e registro de aves, com a utilização de binóculos e máquinas fotográficas, em trilhas monitoradas no Parque Municipal. Sempre no primeiro domingo de cada mês, das 7 às 11 horas.

As trilhas são acompanhadas por estudantes da graduação de Biologia e biólogos formados, que ficam à disposição dos visitantes. São duas trilhas: uma de nível mais fácil, destinada a crianças e idosos, e outra mais exigente, por dentro da mata. A pessoa pode levar sua própria máquina fotográfica ou utilizar os binóculos que são emprestados durante o percurso.

“Ao despertar a população para observar a diversidade de formas e cores das aves, ouvir a variedade dos cantos, procuramos conectá-la ao seu entorno, valorizar a liberdade de interação dos seres vivos entre si e do quanto é fundamental conservar o meio onde os seres humanos e os outros animais vivem”, complementa a professora.

As trilhas têm duração de 40 minutos a 1 hora. Para estes encontros é recomendado que os participantes utilizem calçados fechados, calça jeans comprida, camiseta de manga longa, bonés, e tragam sua própria garrafinha com água, lanche, protetor solar e repelente. Também são orientados a informar se possuem problemas de saúde, como algum tipo de alergia; não jogar lixo no chão; além de manter silêncio durante as observações e a não usar roupas extravagantes que possam afastar as aves.

“A identificação das aves é feita através da vocalização, fotos e observação por binóculo. Também reproduzimos o som gravado das aves para atrair as espécies. Durante a trilha, ensinamos os participantes a fazerem essa identificação, além de falarmos sobre preservação, já que a ave depende de determinada planta para se alimentar”, enfatiza Bacchim.

Espécies como “beija-flor de peito azul”, “gavião carijó”, “saira viúva” e “ferreirinho relógio” são algumas que podem ser encontradas no Parque Municipal. “Antes do projeto fizemos um levantamento prévio e a cada passeio com a população achamos espécies novas. Ao final de 12 meses, divulgaremos a totalidade de aves registradas na forma de catálogo e disponibilizamos na página do projeto no Facebook”, declara Daniel Pagnin, outro membro do projeto.

Independentemente dos dias das “passarinhadas”, que ocorrem sempre no primeiro domingo de cada mês, o Clube de Observadores de Aves de Botucatu espera que os visitantes do Parque Municipal possam também fotografar as aves e postar no Facebook.

Serviço

Os interessados em participar do CoAVES podem entrar em contato pelo e-mail: [email protected].

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