Zootecnia da Unesp é premiada em evento de avicultura

Cultura
Zootecnia da Unesp é premiada em evento de avicultura 14 maio 2014

Foto: Divulgação

A equipe da Disciplina de Avicultura do Departamento de Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) de Botucatu, venceu o prêmio de Pesquisa Científica na área de Manejo, durante o XII Congresso de Produção e Comercialização de Ovos, promovido pela Associação Paulista de Avicultura, em Ribeirão Preto.

O trabalho premiado foi “Métodos de debicagem durante a cria e desempenho às 16 semanas de idade de poedeiras leves, submetidas ou não à debicagem”, parte da dissertação de mestrado de Tiago Antonio dos Santos, junto ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da FMVZ, orientada pelo professor Edivaldo Antonio Garcia.

O evento contou com a participação de 500 congressistas, com representantes da maioria dos estados brasileiros. Entre seus principais objetivos está a discussão sobre o aprimoramento da produção, comercialização e consumo de ovos.

 

Sobre o trabalho

 

A debicagem consiste no corte parcial do bico da ave que deve ser realizado com o objetivo de evitar o canibalismo e arranque de penas, o que predispõe a lesões, geralmente na base da cauda e na cloaca, que causam dor e sofrimento, podendo levar grande número de aves à morte.

O corte parcial do bico é tradicionalmente realizado por um aparelho que possui lâmina cortante e aquecida que faz o corte e a cauterização simultâneos do bico. “Todavia, a debicagem também causa dor e sofrimento às aves”, explica o professor Garcia.

Recentemente, foi desenvolvido o método de debicagem por meio da radiação infravermelha, realizada em pintainhos de postura com um dia de idade no incubatório. “Trata-se de um processo onde uma determinada área do bico da ave é exposta a uma quantidade definida de energia infravermelha e esta área cai após aproximadamente 14 dias de vida das aves”, relata o professor Garcia. “Desta forma, há menor sofrimento das aves e recuperação mais rápida”.

Entretanto, ainda não se tem informações seguras sobre a intensidade de radiação a ser utilizada e nem da quantidade de bico a ser tratada. A pesquisa desenvolvida na FMVZ teve por objetivo comparar os métodos de debicagem realizados por Radiação Infravermelha em três intensidades de radiação e duas áreas de bico tratadas e comparar esses resultados aos obtidos com o método tradicional realizado com lâmina quente.

“Os resultados indicam que a radiação infravermelha, na menor intensidade e com a menor área de bico tratada, promoveu resultados de desempenho semelhantes ao tratamento convencional ao final do período de recria, porém com menor sofrimento às aves”, afirma o professor Garcia.

O estudo desenvolvido na FMVZ ganha importância à medida que os comitês de bem estar animal da Europa, cada vez mais, condemam os métodos tradicionais de debicagem e impõem barreiras para a importação de ovos provenientes de aves submetidas aos métodos convencionais desse procedimento.

“Pesquisas que visem evitar o canibalismo por meio de métodos de tratamento de bico que proporcionem menos dor e sofrimento e com desempenho adequado, podem melhorar o conforto das aves e permitir exportação de ovos aos países que impõem barreiras à importação”, analisa o professor Garcia.

O mestrando Tiago Antonio dos Santos comemorou a premiação e agradeceu seu orientador e todos os envolvidos na realização da pesquisa. “É uma experiência muito gratificante e significativa poder apresentar o trabalho em um congresso tão renomado e específico da área”.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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