O Programa de Saúde Escolar (PSE) de Botucatu existe há 29 anos e desenvolve-se em parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp. Entre os objetivos do PSE está o desenvolvimento de atividades práticas na área de formação profissional específica, de atenção à saúde da criança em escolarização, seja no atendimento individual, seja no trabalho de atenção coletiva.
Segundo a aprimoranda Virgínia Maria Tinti, o PSE visa a integralidade do cuidado permanente com crianças em escolarização, proporcionando melhorias na qualidade de vida e com objetivo de contribuir para a formação integral dos alunos por meio de ações de promoção, prevenção e cuidados em tempo oportuno.
“Os acidentes domésticos na infância ocupam a quinta causa de mortalidade na infância no Brasil, sendo-se um importante problema de saúde pública”, coloca a aprimoranda. “É necessário conversar com as crianças orientando-as sobre acidentes no cotidiano e suas formas de prevenção”, acrescenta.
A partir destes pressupostos Virgínia Tinti vem realizando junto a duas escolas municipais de Botucatu (Paulo Guimarães e Martinho Nogueira), com alunos dos 2º e 3º anos do ensino fundamental a 3ª ação educativa e preventiva de acidentes infantil intitulado: “Prevenção por intoxicações”, que desenvolve-se a partir de atividades lúdicas que possibilitam dialogar com crianças em idade escolar sobre a importância da conscientização e divulgação dos cuidados necessários para prevenção de acidentes por intoxicação e sobre cuidados básicos.
O desenvolvimento de ações educativas e preventivas são fundamentais na redução dos índices de acidentes domésticos na infância e os remédios são os maiores causadores de intoxicação com crianças. Geralmente acontece pelo fácil acesso aos medicamentos, muitas vezes não são armazenados corretamente. Qualquer droga ou medicamento, se ingerido em grande quantidade, é potencialmente tóxico.
“O colorido das embalagens e o cheiro adocicado dos produtos influenciam para esse tipo de intoxicação acidental. Não chame remédio de bala ou doce, pois quando as crianças estiverem sozinhas poderão tomá-los”, orienta Tinti, lembrando que, geralmente, as crianças são atraídas pela cor ou pelo cheiro dos remédios que pegam em gavetas e armários e acabam ingerindo.
“Manter os produtos em embalagens originais, não colocar cloro, amaciantes e detergentes em garrafas de refrigerantes vazias, pode induzir crianças à confusão e, consequentemente, ao consumo. Também é preciso manter os produtos de limpeza fora do alcance das crianças e não aplicar raticidas ou outros pesticidas em locais acessíveis às crianças”, coloca a enfermeira.
Ela também chama a atenção para manter as instalações de gás em bom estado e fechar sempre a torneira de gás à noite, assim como as frutas devem ser lavadas em água corrente, pois podem ser contaminadas por agro-tóxicos e guardar os alimentos separados dos produtos de limpeza. Outra alerta é o cuidado com as plantas, uma folha bonita pode ser venenosa e acidentes com animais peçonhentos, como o escorpião, aranha, lacraia, pode ser fatal.
“Pequenos cuidados podem se tornar ferramentas importantes para diminuição do risco que a criança possa estar exposta dentro de sua própria casa. A criança não deve ficar sem a presença de um adulto, já que no ambiente doméstico fica exposta a diversas situações de risco”, explica Tinti.
E a enfermeira conclui: “As atitudes citadas podem diminuir o risco de intoxicação dentro de casa, e que é fundamental a conscientização e prevenção para as crianças, prevenindo acidentes por intoxicações acidentais. Faz-se necessário que outras ações educativas e preventivas sejam realizadas com o objetivo de levar para as crianças de uma maneira geral que os acidentes podem e devem ser evitados”.
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