Peça Brian ou Brenda? tem apresentação gratuita neste domingo (06) em Botucatu

Cultura
Peça Brian ou Brenda? tem apresentação gratuita neste domingo (06) em Botucatu 06 abril 2025

Espetáculo que discute identidades a partir do polêmico caso real de David Reimer, será no teatro Gino Carbonari às 19h00

Sucesso de crítica e público, a peça Brian ou Brenda? promove uma profunda discussão sobre identidade de gênero ao contar, com liberdade ficcional, o polêmico caso de David Reimer. O espetáculo, dirigido por Yara de Novaes e Carlos Gradim, chega a Botucatu nos dias 5 e 6 de abril, com entrada franca.

Em 1965, nascem os gêmeos Brian e Bruce, que são submetidos a uma cirurgia de fimose aos 8 meses. Durante esse procedimento, o pênis de Brian é acidentalmente cauterizado. Atônitos, os pais procuram o psiquiatra John Money, que defende a tese de que os bebês nasceriam neutros e teriam seu gênero definido pela criação. Ele aconselha a família a fazer em Brian uma operação de redesignação sexual e a educá-lo conforme uma menina.

A criança passa a ser chamada de Brenda. O resultado é uma menina que cresce infeliz em um corpo que não é seu e, ainda adolescente, tenta se matar. Os pais decidem contar a verdade e, então, Brenda resolve ir em busca da real identidade que nunca havia deixado de ter.

Conhecida como um dos casos mais polêmicos da psiquiatria, a violência sofrida por David Reimer é usada por pesquisadores e instituições de todo mundo para fomentar a discussão sobre identidade de gênero. Os grupos conservadores argumentam que este é um exemplo de que uma pessoa biologicamente nascida com o sexo masculino sempre se identificará como um homem. Já os teóricos de gênero defendem que o sofrimento causado pela tentativa de impor uma identidade a David é o mesmo pelo qual as pessoas transgêneras passam na sociedade conservadora que tenta impor seus padrões.

A encenação mescla fatos reais e ficcionais para propor uma reflexão sobre gênero e o direito às escolhas e desejos de cada um, bem como os limites dos tratamentos médicos e psiquiátricos. O grupo faz questão de frisar o respeito pelas diferentes identidades, colocando a pauta, inclusive, na boca de David. Ao final da trama, por exemplo, ao ser questionado em uma entrevista, ele afirma que não é contra a cirurgia de redesignação sexual, se isso for um desejo de uma pessoa que se sente no corpo errado, contrapondo essa possibilidade ao que aconteceu.

Para celebrar a diversidade e contribuir ainda mais com essa discussão, o elenco escolhido traz Anderson Müller, Daniel Tavares, Einat Falbel, Jui Huang, Mattilla, Paula Cancian e Paulo Campos, pessoas com diferentes origens, condições físicas, etnias e identidades de gênero.

O texto começou a ser escrito em 2015, quando Franz Keppler foi contemplado em um edital de dramaturgia do ProAC – Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Em 2018, o grupo foi contemplado na 1ª edição do Prêmio Cleyde Yáconis, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. A peça estreou e 2019 no Centro Cultural São Paulo e depois cumpriu uma segunda temporada no Viga Espaço Cênico.

Em ambas as temporadas, o espetáculo obteve sucesso absoluto de público e de crítica, com avaliações positivas em importantes veículos do cenário cultural paulistano, como a Veja SP, que conferiu quatro estrelas ao projeto e elencou a peça como uma das melhores do ano.

O espetáculo foi indicado ao Prêmio Aplauso Brasil na categoria figurino e recebeu menções no site Observatório do Teatro e no blog E-urbanidade como destaque do ano nas categorias Espetáculo, Dramaturgia, Direção, Elenco, Ator coadjuvante, Atriz coadjuvante, Figurino e Trilha sonora.

Em 2022, o espetáculo foi retomado e circulou por diversas cidades do interior paulista, como São Carlos, Bauru, Ribeirão Preto e Presidente Prudente, além de ter se apresentado em centros culturais da cidade de São Paulo, como Centro Cultural da Diversidade, Centro Cultural Penha, Tendal da Lapa e Casa de Cultura São Rafael. Em 2024, voltou a cartaz em São Paulo, nos teatros Itália, Alfredo Mesquita, Paulo Eiró e Arthur Azevedo e circulou pelo Viagem Teatral do Sesi, realizando pequenas temporadas (de duas semanas cada) em São José dos Campos, Ribeirão Preto e Itapetininga.

SINOPSE

Baseada em um episódio conhecido como um dos mais polêmicos da psiquiatria, a peça conta a história de Brian. Depois de uma operação malsucedida logo após o nascimento, em que seu pênis é cauterizado, ele é submetido a uma redesignação sexual e passa a ser educado como menina: Brenda. A imposição de crescer em um corpo que não é seu, no entanto, afeta a sua própria vida e a de todos ao seu redor.

FICHA TÉCNICA

Texto: Franz Keppler

Direção: Yara de Novaes e Carlos Gradim

Assistência de direção: Ronaldo Jannotti

Elenco: Anderson Müller, Daniel Tavares, Einat Falbel, Jui Huang, Mattilla, Paula Cancian e Paulo Campos

Cenário: André Cortez

Figurino: Cassio Brasil

Iluminação: Aline Santini

Trilha sonora: Dr. Morris

Orientação de trabalho corporal: Ana Paula Lopez

Direção de produção: Kiko Rieser

Fotografia: Heloísa Bortz

Registro em vídeo: Leekyung Kim

Realização: Rieser Produções Artísticas

SERVIÇO

Brian ou Brenda?

06 – domingo 19h

Teatro Gino Carbonari – R. Visconde do Rio Branco, 1426 – Vila Padovan

Classificação etária: 14 anos

Duração: 75 min

ENTRADA GRATUITA (retirada de ingressos no local a partir de uma hora antes do espetáculo)

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