O Grupo Administrativo do Câmpus (GAC) da Unesp – Câmpus Botucatu – promoveu, dia 13 de maio, às 17 horas, no anfiteatro da Casa da Arte da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), a palestra “Rede Solidária contra a hierarquia burra inculcada pelo trote: ecos das faculdades de medicina”. A ação foi a primeira atividade do “Programa de Prevenção do Trote no câmpus de Botucatu – Unesp”.
O convidado, Marcos Akerman, é professor titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). O docente é autor do livro “Bulindo com a universidade: um estudo sobre o trote na medicina”. A palestra contou com a participação de alunos da maioria dos cursos oferecidos pela Unesp em Botucatu. Após a apresentação de Akerman, houve intensa participação dos estudantes que apresentaram suas opiniões sobre o tema.
Em sua fala, o professor contou algumas de suas experiências no combate ao trote quando era vice-diretor da Faculdade de Medicina do ABC. Segundo ele, esse é um processo longo e demorado, mas citou, como uma forma de alcançar esse objetivo, a utilização de estratégias diferentes para acolher os novos alunos.
“Não é verdade que o trote serve para integrar. Ele serve, na verdade, para criar uma lógica de hierarquia entre veteranos e calouros. Uma disputa ética-política”, ponderou. Para Akerman, é necessário aguardar, no mínimo, seis anos para ter um retorno sobre a efetividade das ações de combate ao trote. “É preciso ter uma lógica de acompanhamento”, disse.
De acordo com o palestrante, a recepção dos novos alunos deve ser acompanhada por todos, inclusive a Diretoria da faculdade, que, em sua opinião, deve mostrar aos ingressantes as múltiplas possibilidades oferecidas pela escola, que não se resumem a festas e esportes. O GAC de Botucatu já discute a realização de novas atividades de conscientização sobre o trote, com a participação dos alunos. As estratégias fazem parte do “Programa de Prevenção do Trote no câmpus de Botucatu – Unesp”.
Trote na Unesp
Especificamente em relação ao trote, ele é disciplinado pela Resolução Unesp nº 86, de 4/11/1989. Em seu Artigo 1º, estabelece que “fica expressamente proibido o trote na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Além disso, a Portaria Unesp nº 25/96 disciplina a recepção de alunos ingressantes na comunidade universitária.
Esses documentos apontam como a Unesp, zelosa e consciente de suas obrigações, já promove medidas de segurança necessárias no sentido de concretamente proibir a prática do trote estudantil com caráter violento, humilhante, vexatório ou constrangedor aos alunos, nas suas dependências ou fora delas.
Disque-trote
O Grupo Administrativo do Câmpus (GAC) de Botucatu
implantou um novo número de telefone para receber denúncias de eventuais abusos cometidos dentro ou fora da universidade. Agora, o contato para aqueles que sofrerem ou presenciarem qualquer tipo de violência é (14) 99774-0177.
Fonte: Da Assessoria
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