Dael defendeu a música “Carregado”, feita em parceria com seu irmão Fernando Vasques, sendo esta a melhor classificação de um artista da cidade entre todas as 12 edições já realizadas
“Gosto de falar, mas agora não tenho o que dizer”. Foi o comentário emocionado do cantor e compositor Dael Vasques, que ficou vice-campeão do Festival Nacional Botucanto 2015 de Música Popular, realizado em Botucatu. Ele defendeu a música “Carregado”, feita em parceria com seu irmão Fernando Vasques. Esta foi melhor classificação de um artista da cidade entre todas as 12 edições já realizadas.
Além disso, os irmãos Vasques que já participaram de outras edições do Botucanto e atuam juntos em diversificados projetos culturais, foram campeões do Festival Cantos da Cuesta, com a participação de canções feitas por músicos de cidade da região a um raio de 100 quilômetros de Botucatu. Por isso, a premiação de “Carregado” em duas categorias diferentes foi muito aplaudida pelo público presente.
O que marcou a premiação foi o momento em que Dael com os dois troféus nas mãos apontou para o parceiro e irmão que estava em meio ao público. “Você é que devia estar aqui no palco”, disse Dael. “Eu estou ai!”, respondeu Fernando.
Conheça “Carregado”
Carrego o peito de fumaça
A cabeça de cachaça
Assim talvez eu satisfaça o meu penar
Que me assola em pensamentos turbulentos
A todo e qualquer momento
Sem me deixar relaxar
Mas não há nó que se desfaça
Se não vê o que rechaça
O seu ar, a sua graça, o seu cantar
O que me consola é um sentimento lá dentro
Por um ligeiro encantamento
Que permite despertar
Mesmo desperto continuo vago
Sem saber pra que lado
Concentrar minha atenção
Acho que não tem mais jeito
A não ser tirar do peito
A força, a minha negação
E até quando manter esse semblante
De reles farsante crente que vai funcionar
Se me entorpeço é por que acho que mereço
E quase viro do avesso
Só para não ter que encarar
Mas encarando sei que segue adiante
Um desejo flutuante de ser reinventar
Não me pareço com o que penso que sou
Mas reconheço
Tem muito mais
Do que acredita ser capaz
Cada ser em decadência
Buscando coerência em existir
Tem muito mais
Do que cabe pra nós
Além de paz na consciência
Anseio na divina providência
O peito de fumaça, a cabeça de cachaça
Talvez satisfaça o meu penar
Mas não, não há nó que se desfaça
Se não vê o que rechaça
O seu ar, a sua graça, o seu cantar…
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