O Sítio dos Casimiro, localizado na região do município de Anhembi, mantém acesa uma tradição que já dura 120 anos e está sendo passado de geração a geração. Segundo os moradores, essa tradição teve início quando um senhor de nome Avelino Francisco, foi infectado pelo vírus da febre amarela e fez uma promessa: se conseguisse a cura, iria, uma vez por ano, fazer uma peregrinação de percorrer várias casas e vilarejos para anunciar que havia sido curado.
No início ele fazia esta peregrinação sozinho, levando consigo um bacamarte (espécie de espingarda de cano grosso usada no início do século passado) e uma bandeira. Entretanto, com o passar dos anos muita gente passou a acompanhá-lo e virou uma tradição, uma procissão de fé. Mesmo depois da morte de Avelino, a peregrinação continuou sendo feita, como uma maneira de agradecer alguma graça recebida. Durante a caminhada as pessoas levam a bandeira, rezam e cantam para pagar as promessas recebidas.
Essa tradição passou a ser uma atração turística e faz parte das comemorações da Festa do Divino Espírito Santo e da Nossa Senhora dos Remédios, comemorada em Anhembi, entre os meses de Maio e Junho atraindo pessoas de diferentes regiões.
Um dos pontos de parada para recompor as energias da comitiva é feita no Sítio dos Casimiro. Neste final de semana, a reportagem do {n}Acontece{/n} esteve presente quando os peregrinos foram recebidos no Sítio dos Casimiro, pelos irmãos Benedita, Isabel, Dulce, Ana e Jonas.
Há 52 anos a comitiva de peregrinos passa pelo sítio para almoçar e jantar. É uma tradição que nossa família abraçou há 52 anos e mantemos até hoje. E isso vai continuar com a nova geração da nossa família que já participa ajudando na organização para receber os peregrinos, comentou Dulce.
Este ano estamos fazendo almoço e janta para cerca de 600 pessoas e durante o dia muitas coisas acontecem, frisa Isabel. Cada ano aparece uma novidade, observa Ana. E nossa família tem muito prazer em receber todo esse povo aqui há mais de 50 anos, complementa Jonas.
A peregrinação começou no dia 29 de maio e vai se prolongar até dia 31 de junho. O importante é que essa tradição vem se mantendo de geração a geração. Espero que nunca termine, pois faz parte da história de muitas famílias da nossa região. Se depender da nossa família ela não vai acabar nunca, garantiu Dulce.
Fotos: Valério A. Moretto
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