O Sesi de Botucatu está promovendo uma exposição que retrata a trajetória do massagista Mário Américo, um dos mais folclóricos e antológicos personagens do futebol brasileiro, que participou de várias copas do mundo, até a conquista do tri-campeonato no México.
Exposição gratuita está aberta á visitação pública no saguão do Centro de Atividades Culturais, na Rua Celso Cariola, Espaço Galeria do Sesi de Botucatu de segunda a sexta-feira das 8 às 17 horas. Foi iniciada nesta terça-feira (3) e se prolonga até dia 12 de abril.
Nascido em Monte Santo de Minas (MG) no dia 28 de julho de 1912, Mário Américo veio para São Paulo com 8 anos e começou a praticar boxe. Disputando torneios oficiais no Rio de Janeiro, o mineiro acabou conhecendo Almir do Amaral, na época médico do Madureira, que o convidou para ser massagista do clube. Américo ficou por sete anos na equipe.
Já nos anos 40, o massagista foi para o Vasco da Gama e chegou a trabalhar com o goleiro Barbosa, considerado por muitos brasileiros o vilão da Copa de 1950, disputada no Brasil. No período, Mário Américo, que ficou por 12 anos no clube da capital carioca, aprendeu anatomia e fisiologia com o médico do Corinthians da época, Sérgio Blumer, e chegou a frequentar como ouvinte aulas sobre o tema em faculdades do Rio de Janeiro.
Mário Américo retornou para São Paulo em 1952 e acertou com a Portuguesa, clube onde permaneceu até se aposentar, já na década de 70. Foram mais de 19 anos de serviços prestados à Lusa. O massagista é o primeiro agachado na foto abaixo.
Copas do Mundo
Em mais de 24 anos de história na seleção brasileira, Mário Américo foi um dos únicos presentes na delegação tanto do fracasso de 1950, quando o Brasil perdeu a Copa em casa, quanto do primeiro título mundial, conquistado em 1958, na Suécia.
Mário Américo tinha uma missão, dada pelo treinador do Brasil na época, Vicente Feola, depois que o jogo da final da Copa de 1958 acabasse: trazer a bola da partida para o país. E o massagista, após roubá-la do árbitro, trocou-a por outra que estava no vestiário e conseguiu o feito.
De acordo com o livro “Mário Américo, o Massagista dos Reis”, do jornalista Henrique Matteucci, o mineiro considerou a comissão técnica de 1962, ano do bicampeonato brasileiro, como a melhor que já trabalhou. O exemplar também mostrou a relação próxima do massagista com Paulo Machado de Carvalho, chefe de delegação das seleções de 58 e 62.
Após a conquista da Copa do Mundo de 1970, disputada no México, Mário Américo, assim como toda a comissão técnica brasileira, ganhou a cessão de abertura de uma casa lotérica, além de quase 60.000,00 cruzeiros por meio de um recibo do Banco do Estado da Guanabara. Morreu no dia 9 de abril de 1990, aos 77 anos, e até hoje é uma referência quando o tema é sobre os massagistas do futebol brasileiro.
Compartilhe esta notícia