Fotos: Luiz Fernando
Com a presença de várias autoridades municipais, a Estação Ferroviária de Botucatu, um dos mais belos patrimônios da cidade e do estado de São Paulo, abriu parte de suas instalações ao público na manhã desta quinta-feira para o lançamento da exposição denominada Educação Patrimonial, tendo como objetivo principal ensinar crianças, jovens e adultos sobre o meticuloso trabalho de restauração de um patrimônio histórico.
A exposição será ilustrada com painéis que contam parte da história de Botucatu, que está intrinsicamente ligada ao desenvolvimento gerado pela ferrovia. O evento, que integra o calendário de comemorações dos 158 anos de Botucatu é a oportunidade para que a população conheça o projeto e as obras de restauração da estação, assim como o conjunto ferroviário que a Prefeitura realiza com apoio de diversos parceiros.
Segundo Fernando Caseiro, da Producom Comunicação e Cultura, empresa responsável pela exposição, a restauração é muito mais que uma simples reforma, um processo de grande complexidade, que se inicia com o levantamento da história do patrimônio e de sua importância artística e cultural.
Depois, se pesquisa o processo construtivo da época, o tipo de tijolos usados, de telha, de cerâmica, de tinta, de argamassa, etc. Em seguida, se faz o levantamento da técnica construtiva, que inclui a análise minuciosa de todos os seus materiais. Em um dos levantamentos se utiliza uma técnica chamada estratigrafia, que visa a descobrir a primeira camada de tinta utilizada na pintura, seja no ferro, na madeira, no tijolo ou em vitrais. Cada camada de tinta é removida, uma a uma, até descobrir o material original, explicou Caseiro.
Segundo ele, são verificados, também, todos os sinais que o tempo deixa no edifício, como chuva, sol, pichações, quebra de vidros, etc. Esse processo é chamado de levantamento das patologias. É o estudo das intervenções que o patrimônio sofreu durante todos os anos, desde a sua construção. Por fim, se fazem os projetos de arquitetura e se inicia a obra, com o planejamento minucioso das intervenções, ressalta.
De acordo com o secretário municipal de Cultura, Osni Ribeiro, a mostra também tem a intenção de resgatar a memória e a dignidade da população local e a restauração não serve apenas para deixar um edifício velho em estado de novo.
É muito mais que isso. Com esse processo não se restauram só paredes, se restauram também a memória e a integridade moral da população, usuária ou não do patrimônio, devolvendo ? mesma a relação de pertencimento e os sentimentos de cuidado e zelo pelo seu patrimônio, explica. Além desses benefícios, Botucatu ganhará um novo espaço cultural com potencial turístico, para atrair visitantes e novos investimentos, complementa Ribeiro.
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