Botucatu recebe nesta sexta-feira (26), às 20 horas, no Teatro Municipal “Camillo Fernandez Dinucci”, a peça “Paulicéia Desvairada”. Trata-se de um projeto desenvolvido pelo Teatro Didático da Unesp (grupo de extensão universitária) e pelo Teatro de Brancaleone, e que integra a programação da Semana de Ação Cultural e Semana Nacional do Livro e da Biblioteca da Universidade. A entrada é gratuita.
O mesmo grupo também promove oficinas gratuitas de teatro a serem realizadas nesta quinta (25) e sábado (27), a partir das 14 horas, no piso superior do Teatro Municipal, localizado à Praça Coronel Moura, 27 – Centro.
Sobre o espetáculo
Paulicéia Desvairada é um espetáculo de Teatro Visual inspirado na obra poética de Mário de Andrade. É resultado prático da pesquisa acadêmica do Prof. Dr. Wagner Cintra (diretor da peça), intitulada “Teatro Visual: da matéria à forma”. Em Paulicéia Desvairada, o que está em cena não é a ilustração visual de seus poemas, mas, sim, um diálogo ulterior com o conteúdo da sua produção poética. Trata-se de uma outra maneira de se relacionar com a poesia. Ou seja: por meio da materialização visual de significados que estão além das palavras.
“Por meio da construção de imagens o espetáculo mergulha na obra poética de Mário de Andrade sem ilustrar o poema. O que está em cena são projeções visuais de um conteúdo mais profundo acerca da obra no que se refere às contradições que existem em uma cidade como São Paulo. Ou seja, suas contradições espaciais, emocionais e materiais. No fundo são os sentimentos de se viver nessa contradição da cidade grande que são encenados. Isso acontece por meio das relações visuais que são construídas em cenas com marionetes, objetos, atores e máscaras”, detalha Cintra.
Paulicéia Desvairada, obra de Mário de Andrade, publicada em 1922, mesmo ano da Semana de Arte Moderna, foi um marco da literatura brasileira e traçou os alicerces da estética do Modernismo no País. A antologia de contos do escritor paulista foi a primeira obra realmente de vanguarda do movimento Modernista. A obra faz uma análise do provincianismo e da sociedade paulista do começo do século XX.
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