O xilogravurista e cordelista brasileiro José Francisco Borges está expondo suas obras
na Artyz Galeria, na Rua Moraes Barros, nº 193, região central de Botucatu. Cordel é uma literatura também conhecida no Brasil como folheto, gênero literário popular escrito, frequentemente, na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos.
Suas xilogravuras são impressas em diversos tamanhos e vendidas a intelectuais, artistas e colecionadores de arte. Dono de uma técnica própria de colorir as imagens, atende pedidos para representar cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, sempre ligados ao povo nordestino.
Descoberto por colecionadores e marchands, viu seu trabalho ser levado aos meios acadêmicos do país e na década de 1970, desenhou a capa de “As Palavras Andantes”, de Eduardo Galeano e gravuras suas foram usadas na abertura da telenovela Roque Santeiro, da Rede Globo. Nessa época, começou a gravar matrizes dissociadas dos cordéis, de maior tamanho. Isso permitiu expor no exterior: em 1992, na Galeria Stahli em Zurique, e no Museu de Arte Popular de Santa Fé, Novo México. Depois, novas exposições, na Europa e nos Estados Unidos.
J. Borges foi condecorado com a comenda da Ordem ao Mérito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, recebendo o prêmio Unesco na categoria Ação Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos treze artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas. Sua xilogravura “A Vida na Floresta” abre o ano no calendário. Em 2006, foi tema de reportagem no The New York Times. O escritor Ariano Suassuna o considera o melhor gravador popular do Nordeste e um dos patrimônios vivos de Pernambuco.