De Cuiabá veio o grande campeão geral. Interpretando Malabares com farinha, o cantor Paulo Monarco, foi o grande vencedor do VII Festival Botucanto 2010. A música é de sua autoria tendo como parceiro Sandro Dornelles. Um grande público compareceu ao recinto do Espaço Cultural Antônio Gabriel Marão, onde a finalíssima foi realizada.
Compuseram o júri cinco pessoas ligadas diretamente ? música: Ivan Vilela, Tavinho Limma, Lucina, Oswaldinho da Cuíca e Marcos Cremasco. Analisando letra, música, interpretação, arranjo, entre outros quesitos, deram vitória a Paulo Monarca, na somatória geral dos pontos.
Em segundo lugar ficou Mar Bravio de Xavier Bartaburu e Edson Penha, com interpretação de Sarah Abreu; em terceiro Procura, com música e interpretação de Zé Alexandre, seguida de Um de três, de Vanessa Moreno e Paula Mirhan, interpretação de Vanessa Moreno. Em quinto ficou Nhém, nhém, nhém, composição e interpretação de Totonho.
Também foram distribuídos prêmios para a melhor letra (Nhém, nhém, nhém, de Totonho); melhor intérprete (Vanessa Moreno); melhor arranjo (música Mar Bravio); melhor instrumentista (Filipe Maróstica); aclamação popular (música Picadeiro) e melhor música do Cantos da Cuesta (Eu e você), canção composta e interpretada pela dupla Aléssio Di Pascucci e Dael Vasques, que representou Botucatu, ficando entre as dez finalistas.
Antes do anúncio oficial das músicas vencedoras, o palco foi ocupado por Dimi Zunquê, que tem um trabalho caracterizado pela diversidade de ritmos, energia e versatilidade. Em seguida foi anunciado os vencedores e finalizado o Botucanto 2010, o público pode assistir ao trabalho de Arnaldo Antunes e Edgar Scandurra dois dos maiores nomes do rock nacional que mostraram suas parcerias ao longo de mais de dez anos de trabalho.
A Comissão do Botucanto 2010 foi formada por Osni Ribeiro, Daniel dos Santos, Sérgio Santa Rosa, Tico Villela, Kléber Silveira e Estrela dos Santos Fontes, com realização do governo do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de Botucatu.
{n}Conheça a letra de Malabares com farinha{/n}
Houve um tempo em que eu fazia malabares com farinha
Entre a praça e o flanelinha bem em meio ao vendaval
Sem ter resposta dos carros, nem moedas, nem escarros
Só o verde do sinal
Como esperança incerta minha vida veia aberta
De cola e rua paupéria doou sangue pro jornal
Fiz um cobertor moderno
Só com segundo caderno tive meu lugar ao sal
A ferida foi exposta
Tenho a cicatriz que mostra
Minha cara em nu frontal
Outro dia foi afronta
Se eu beber além da conta
Hoje em dia é genial
Já passou, deixa pra lá
Não preciso de crachá
Poso e passo por normal
Meu presente me advoga
Mas guardo comigo a toga
De formado em marginal
E o que foi inda insistia malabares com farinha
Entre putas e santinhas, e o sonho de maioral
Vaga lembrança do morro, na sarjeta sem consolo
Viaduto, temporal
Meu nome era adolescente, menor, infrator, pingente
Embalado pra presente pra rádio, TV, jornal
Vendado ninguém me via
Malabares com farinha aquém da vida real
Fotos: Valéria Cuter
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