Zé Airton foi um dos mais perfeitos jogadores do amador

Esportes
Zé Airton foi um dos mais perfeitos jogadores do amador 14 fevereiro 2015

Por: Jair Pereira de Souza

 

José Airton Amorim da Silva, conhecido como Zé Airton, foi uma estrela que brilhou nos campos de Botucatu e região. Esse sabia o que fazer com a bola e com rara qualidade técnica comandava com inteligência e maestria o meio de campo. Jogava com muita facilidade e sua perna esquerda dava passes precisos, assim como fazia muitos gols de faltas.

Este brilhante jogador que torce (muito) pelo Corinthians, jogou pela Associação Atlética Ferroviária (AAF), Associação Atlética Botucatuense (AAB) pela qual foi campeão amador, AC Rodoviário, disputou o Campeonato Amador do Estado pelo América de São Manuel pelo qual também foi campeão. Seu primeiro time foi o Boa Vista onde disputou o campeonato infantil, juvenil e amador e era seu time de coração. Jogou também pelos veteranos do Bairro Alto. Em entrevista para o jornal Acontece Botucatu contou um pouco da sua trajetória futebolística.

 

Acontece – Zé cite como foi seu inicio no futebol.

Zé Airton – Acho que desde o ventre materno já jogava futebol. Minha mãe sempre falava que me sentia chutando a barriga dela. Quando criança morava perto do Santuário de Lourdes e era coroinha da igreja. Lá havia um campinho, que hoje é o estacionamento da igreja e aos domingos acontecia os torneios onde comecei a dar meus primeiros passos como jogador de futebol. Posteriormente, fui jogar no Boa Vista, onde disputei o campeonato, infantil, juvenil e amador.

 

Acontece – Cite um momento que marcou na sua memória e que você nunca esquece como jogador.

Zé Airton – Foi quando jogava no América de São Manuel, contra a Ponte Preta de Campinas, num jogo amistoso. O ponta direita cruzou uma bola e eu estava na marca do pênalti. A bola veio em minha direção e a intenção era “matar” e chutar para o gol. O goleiro já vinha saindo e a bola acabou batendo no meu pé encobriu o goleiro e caiu dentro do gol. Na verdade foi um gol sem querer. O campo estava lotado e a torcida me aplaudiu de pé. 

 

Acontece – Agora Zé,  fala de um momento que não foi bom para você no futebol.

Zé Airton – Foi não poder seguir a carreira profissional. Aos 18 anos prestei concurso para trabalhar na Caixa Econômica Federal (CEF) e com a graça de Deus fui aprovado. Apesar de ser amante do futebol e me sentir muito bem dentro dos gramados, fiz esta escolha e foi a melhor porque na Caixa me aposentei e o futebol na minha época não era tão valorizado como hoje. Mas jogar futebol só me deu alegria, só tive coisas boas. Cada cidade que ia trabalhar como gerente da Caixa era convidado para jogar no time da cidade e eles me pagavam. Por isso não era cobrado meu aluguel, ficava em hotel de graça e meu ordenado era livre. Outra coisa: nem precisava fazer visitas para clientes. Aos domingos o pessoal se reunia por causa do futebol e na segunda-feira sempre tinha aquele que vinha na Caixa abrir sua continha. Isto pelos contatos que fazia lá no campo. Por tudo isto até hoje sempre que posso vou aos campos ver os jogos.

 

Acontece – Cite um gol que você fez e que ficou na sua lembrança.

Zé Airton – Uma das qualidades que tinha quando jogador de futebol era bater faltas. Num jogo contra o Piraju Futebol Clube aconteceu um pênalti, mas o juiz da cidade deu falta fora da área. Fizeram a barreira, bati e converti em gol. O goleiro que se chamava Gasoso, era considerado o melhor goleiro da região. Neste mesmo jogo saiu outra falta e fiz outro gol.

 

Acontece – Qual sua principal qualidade como jogador? 

Zé Airton – Era um colaborador dos companheiros. Na maioria das vezes era convidado para ser o capitão da equipe e procurava sempre unir o grupo. Gostava de servir o companheiro que estava bem colocado e como já disse, fazia muitos gols de faltas.

 

Acontece – Cite um jogador que jogou ao seu lado que você considera um dos melhores.

Zé Airton – Quando jogava no Boa Vista tinha um jogador chamado Juca. Atuava tanto no meio de campo como no ataque. Ele tinha todas as qualidades como domínio, habilidade e técnica. Acredito que este jogador não foi profissional porque não quis. Tinha todas as condições. 

 

Acontece – Fale um pouco como, na sua opinião, está o atual futebol amador de Botucatu.

Zé Airton – Acompanho porque sempre gosto de assistir os jogos e tenho ido regularmente aos campos. Com o término da nossa Liga Botucatuense de Futebol (LBF) que organizava os campeonatos, o futebol ficou algum tempo parado, mas agora me parece que, por alguma atitude da Secretaria de Esportes, estão surgindo alguns campeonatos. Alguma coisa esta sendo feita e tenho esperança que o futebol amador de Botucatu, não vai voltar a ser aquele campeonato do passado, mas está caminhando no rumo certo e vai melhorar muito.

 

Acontece – Zé você que também é um colunista esportivo do jornal Acontece Botucatu, gostaria que analisasse essas reportagens que procura homenagear os jogadores do passado.

Zé Airton – Jair, depois que me aposentei, virou meu hobby fazer estas colunas esportivas. Já fiz para todos os jornais e revistas de Botucatu, focalizando o esporte e ultimamente estou vinculado ao Acontece Botucatu. Atualmente estou um pouco afastado, mas é por pouco tempo e pretendo voltar com minha coluna. Tenho lido suas matérias e só tenho que incentivá-lo porque está no caminho certo. Gostaria de mandar um forte abraço a todo o pessoal do jornal Acontece, ao Quico Cuter meu amigo particular, sua filha Valéria, e todo o pessoal da redação, por quem tenho um carinho especial.

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