Uma imagem desesperadora: a angústia incontrolável, um misto de sentimento de dor, tristeza e muita aflição. Assim ficou marcado o final de semana de toda a nação brasileira, com a tragédia ocorrida na danceteria Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Mais de 250 jovens estudantes, assassinados covardemente na madrugada de domingo último, foram vítimas da negligência e descaso com a dignidade da pessoa humana.
Essa desgraça ocasionada por uma série de erros e relapsos (como retrataram os jornais de grande circulação no país), com certeza, servirá para que nós, brasileiros, passemos a atentar para o perigo constante a que somos expostos diariamente, em todos os lugares públicos que frequentamos.
Nos dias atuais isso é uma afronta. Temos acesso a todas as informações disponíveis em todos os campos. Como ainda podemos ficar ? mercê de situações que poderiam simplesmente ser evitadas?
Que pena ver o nosso querido e rico Brasil voltar a enfrentar mais uma catástrofe estúpida, recheada de irresponsabilidades de toda ordem. Jovens gaúchos, universitários na maioria, que se foram antes mesmo de experimentarem o futuro grandioso que preparavam, ainda pagaram ingresso para morrerem em seguida, por asfixia no incêndio provocado pela falta de estrutura desta boate.
É vergonhoso demais saber que uma casa noturna, que engorda os cofres sempre que abre as portas, com capacidade para mais de 1000 pessoas estava em débito com a legislação de funcionamento, e mais ainda, com aval de algum cidadão poderoso, que certamente fazia vistas grossas.
Queiram ou não, a verdade é uma só: essas aberrações ocorrem em todas as cidades brasileiras, inclusive, em municípios da nossa região. Infelizmente, a cada dia que passa, a nossa juventude – que pela imaturidade própria de sua natureza deveria ter o amparo irrestrito dos nossos governantes por todos os locais que percorresse, especialmente nas horas de lazer e descontração – é alvo de gente egoísta e cruel.
Mais nojento ainda é assistir, de mãos atados, os canais de televisão que enfatizam os políticos oportunistas, gananciosos por obter mais e mais notoriedade (Ministros de Estado, o Governador Tarso Genro, Deputados e até a nossa Presidente Dilma Rousseff).
É inconcebível e profundamente lamentável, ter que aceitar a postura da nossa Presidente da República que, ainda aproveitou o massacre para fazer uma mediazinha com os telespectadores, dos diversos canais de televisão que cobriram minuciosamente esse triste acontecimento. A meu ver, a digna representante do povo brasileiro deveria, do seu gabinete presidencial, mostrar a sua solidariedade com as famílias atingidas e prometer ao seu povo, um rigor maior no controle dessas tais casas de baladas.
No ano passado, num triste episódio ocorrido nos Estados Unidos, o Presidente Barack Obama, também mostrou a sua cara ao mundo, através da TV, no entanto, não podemos esquecer que aquele desastre que também penalizou muitos americanos foi causado pela força da natureza e não por incompetência humana.
É minha gente, não bastasse esse maldito mundo das drogas que, lamentavelmente, tem adotado muitos jovens, com consequências irreparáveis para suas famílias e a total falta de segurança para se viver em qualquer lugar, independentemente do horário (aliás, um dos maiores desafios de todo governante), agora estamos de frente com a irresponsabilidade de uma imensidão de empresários que ganham a vida facilmente, porém, deixam de cumprir toda e qualquer legislação (proprietários de casas noturnas, promotores de shows musicais e outros inescrupulosos).
Acredito que a perda desses jovens cidadãos, que viviam onde as poucas leis existentes são burladas com muita facilidade, serviu ao menos de alerta para que os milhões de pais e mães que buscam educar seus filhos longe do perigo, com tranquilidade, abram os olhos e ouvidos.
Creio também que toda a comoção do povo brasileiro se transformará na chave mestra de um processo de fiscalização que, certamente ocorrerá daqui para a frente em todos os espaços públicos, especialmente, naqueles onde a concentração de pessoas ultrapassar a capacidade.
Como pai e avô me solidarizo com todos aqueles irmãos e irmãs que perderam um pedacinho da sua alma nesta triste e lamentável tragédia. Confesso que pedi muito ao nosso PAI que fizesse plantões frequentes em todos os lares penalizados para levar proteção e conforto aos que estão sofrendo a dor de perder um filho na flor da idade.
Em meio ? muita tristeza abraço todos os filhos e familiares do meu querido e já saudoso amigo Moacyr Pena, muito especialmente o sempre atuante Jair Antonio Pena, o Pena da Gráfica da UNESP. Essa grande figura humana que, em tempos idos, era o dono da bola na preparação de um doce gostoso chamado BOM BOCADO, nos deixou na última segunda-feira para ir morar no céu ao lado do Senhor. Descanse em paz, querido amigo.
Com o mesmo carinho abraço outro expoente da minha galeria de amigos que também perdeu um ente querido (o seu pai Senhor Carlos Malagutte Neto) no decorrer desta semana: meu amigo, grande parceiro e leitor dos meus causos aqui contados, Carlos José Malagutte.
Que Deus lhe dê todo conforto necessário para a superação dessa irreparável perda prezado companheiro.
{n}Rubens de Almeida – Alemão
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