A nossa querida Associação Atlética Ferroviária completou no último dia 03 de maio, oitenta anos de uma história, que começou em 1939, quando um grupo de esportistas, ligados à saudosa Estrada de Ferro Sorocabana, resolveu “montar”, simplesmente, um time de futebol e disputar o campeonato da cidade.
Essa trajetória começou a ficar mais bela ainda, na década de 70, logo após o futebol profissional ser extinto da vida do clube. Outro grupo de pessoas (Rene Alves de Almeida, Newton Colenci, Doutor Dagoberto Antunes da Rocha, Olavo Benedito Guerreiro, Octacilio Paganini, Álvaro Picado Gonçalves, Domingos Corvino, José Batista Geraldo, Rubens Galvani, Angelo Lellis Cavalanti, Doutor Eduardo Guedes Casemiro, Nicolau Mercadante, e mais alguns que, infelizmente, fugiram à minha memória) tendo à frente o conceituado radialista Plínio Paganini, um cidadão referenciado que acabava de deixar a Prefeitura – onde permaneceu, por quatro anos, como Chefe do Executivo – resolveu esboçar um projeto que visava transformar o nosso TRICOLOR BOTUCATUENSE, num clube social de altíssimo nível. Para se ter uma noção da grandeza do programa, alguns desses abnegados cidadãos chegaram, inclusive, a hipotecar suas moradias para saldar a dívida vultosa que o clube contraiu na época do futebol profissional.
“Bão”, logo de largada esses esportistas esboçaram um “pacote” de medidas, entre as quais, um que tinha como objetivo captar novos associados, pois, na época, apenas ferroviários faziam parte do quadro associativo da agremiação. O sucesso dessa campanha foi tão grande, que, em poucos meses, um conjunto aquático estava sendo construído lá na “baixada”.
O tempo foi passando e outras obras (saunas, piscina térmica, sala de jogos, campos de futebol suíço, quadras de esportes e até o ginásio de esportes que hoje leva o nome do nosso estimado José Maria Rodrigues Alves, o super Zé, Tricampeão Mundial de futebol, construído num patrimônio doado pela Prefeitura Municipal) vieram sendo feitas naquela enorme área que também pertencia a Estrada de Ferro Sorocabana. É bom recordar que a doação daquele patrimônio foi outra conquista do Doutor Plínio Paganini que, na ocasião era uma das pessoas mais queridas do então Governador do Estado Paulo, o saopaulino Laudo Natel.
Como o “relógio do tempo” não para mesmo, as mudanças diretivas também passaram a ser necessárias. Quis Deus que no início dos anos 2000 este modesto servidor público, que iniciou a sua encantadora “historinha” dentro da Ferroviária, ainda menino, vendendo mexericas, cochinhas e pirulitos, nos dias de jogos, lá no estádio “Dr Acrisio Paes Cruz”, viesse a deixar o seu nome escrito na galeria de Presidentes desta que é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores potências poliesportivo de todo o nosso Estado. Glória!
Vejam bem, no ano de 2004, por determinação do Conselho Deliberativo do clube, eu e o “pra” lá de determinado associado João Francisco Chavari, fomos chamados a assumir o clube, num momento de muitas dificuldades. Coisas dessa nossa vidinha incerta e passageira. Com as graças de Deus, e apoio irrestrito de um “punhado” de simpatizantes do clube – inclusive, de todos os conselheiros (a nossa maior riqueza) – montamos uma diretoria forte e coesa, que tinha como meta principal, fazer o clube voltar a crescer. Trabalhamos muito nesses anos todos; o resultado desse trabalho, deixaremos para os mais de dois mil e quatrocentos sócios fazerem a sua avaliação.
Hoje, quase quinze anos depois desse desafio, com o clube totalmente em ordem e vivendo uma situação financeira de causar inveja, até porque, não temos uma única dívida sequer – aliás, todo o patrimônio que construímos (o grandioso espaço onde funciona a academia, e o reservado para danças de salão, entre outros, são os maiores exemplos), está todinho pago – eis que “estou” Presidente do clube; meu amigo irmão e grande parceiro de lutas pelo bem dos sócios, João Francisco Chávari, por forças desse nosso viver, há pouco mais de um ano, resolveu passar o “bastão” de Presidente pra mim. Oh, meu Deus, pensei nesse momento. Porém, de imediato aceitei “vestir a camisa” e dar continuidade a tudo o que vinha sendo feito lá na “baixada”. Como diz o dito popular: “vida que segue”! E ela está sendo seguida sim, tanto que, vêm aí mais investimentos, tenham certeza disso. Em julho, iniciaremos a construção de uma obra muito importante e necessária para o clube: modernizaremos toda a nossa portaria; o mais importante, os recursos já para tal realização já estão no cofre do clube.
Enfim, parabéns querida e amada Associação Atlética Ferroviária, pelos seus oitenta anos de uma vida linda e repleta de conquistas e vitórias. Que ELE, o TODO PODEROSO, continue ao nosso lado, nos dando forças para continuar a luta que travamos desde que assumimos o clube.
Se Deus quiser, no próximo dia 18, no Jantar Dançante que realizaremos no Ginásio II, em comemoração a tão expressiva data, “juntaremos” parte dos integrantes dessa linda história chamada FERROVIÁRIA, até porque, muitos desses baluartes que deram todo esse norte positivo que estamos vivendo, infelizmente não estão mais entre nós; no entanto, a presença dos filhos, certamente, será de muita valia para “matarmos saudades” de um tempo que, infelizmente ficou para trás e, ao mesmo tempo, reconhecermos, em nome de toda a comunidade associativa tricolor, toda a base que nos foi deixada. Salve, salve o TRICOLOR BOTUCATUENSE!
Rubens de Almeida – Alemão/alemã[email protected]
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