Desde que ganhei gosto pela arte de escrever (aliás, tenho que confessar que só consigo escrever nos dias atuais, porque lá atrás, tive a satisfação de ter, ao meu lado, orientadores valiosos que me prepararam para tanto), sempre passou pela minha cabeça homenagear, com um texto, esses nossos heróis. Por sinal, tenho grandes admiradores, PROFESSORES graduados, que são fãs deste meu jeitão simples de contar “causos”.
Pois bem, caro leitor, como disse, sempre quis falar um pouquinho do que penso desta categoria profissional de suma importância para todos nós, brasileiros, afinal, só existem médicos, engenheiros, farmacêuticos, juízes, promotores, empresários bem sucedidos, astros dos esportes, jornalistas, profissionais da área de direito, cantores renomados e até políticos safados, porque o PROFESSOR fez (e muito bem) a sua parte quando foi chamado para preparar um pequeno cidadão que iniciava a sua caminhada no mundo do aprendizado, ensinando-o a ler e a escrever.
Também não deixa de ser verdade que uma curiosidade sempre me fez companhia nesses anos todos, por esse mundão da escrita, ou seja, o descaso deslavado que todo governante comete contra esses admiráveis trabalhadores. Confesso que nunca entendi o salário pago aos PROFESSORES. Chego até fazer uma comparação absurda, dessas que não dá pra engolir, com um jogador de futebol dos mais medíocres que existem soltos por esse mundo do futebol. Acredite! Esses tais “craques” ganham muito mais que um PROFESSOR. Que absurdo!
Vou além, não consigo entender porque um PROFESSOR de qualquer Universidade (Pública ou Privada), que também tem a missão de ensinar (aliás, todos, indistintamente, ex-alunos desses mesmos mestres injustiçados) têm salários diferentes dos PROFESSORES de escolas de primeiro e segundo grau, aqueles que nos ensinaram o “beabá”. Longe de mim, querer questionar os ganhos de um catedrático de Medicina, por exemplo; mas meu Deus, médico é médico em todos os lugares. Juiz de Direito é Juiz em qualquer circunstância. Por que PROFESSOR não é reconhecido como PROFESSOR, em todas as situações?
Vou além, na minha modesta visão, nesse mundinho de ninguém, um PROFESSOR da base inicial teria que ter um reconhecimento ainda maior, até porque, com base na lógica, deve ser muito mais difícil ensinar a uma criança que nem sabe o que é número, que um mais um são dois, do que “cobrar” de um estudante de jornalismo ou de um calouro de Medicina, o esboço de uma redação mostrando, por exemplo, o caos em que o nosso Brasil está mergulhado. Concordam?
Enfim, queria ter outros subsídios para defender, com mais propriedade, essa categoria que, entra e sai governo, e tudo continua como antes, ou melhor, nenhum desses homens públicos, infelizmente, colocados nos cargos que ocupam por “nóis” mesmos, através do voto, ousa reconhecer os queridos PROFESSORES brasileiros. Como não gosto de cometer injustiças, preciso reconhecer o talento e a competência de um senhor que, por problemas misteriosos, não permaneceu à frente do Ministério da Educação por muito tempo, mas que se tivesse permanecido, com certeza, muita coisa teria mudado (o Senador Brasiliense Cristovam Buarque). Esse senhor sempre teve a dignidade de lutar contra tudo e todos por uma EDUCAÇÃO de qualidade aos nossos filhos, começando com a valorização dos PROFESSORES.
Argumentar sobre este tema me faz pensar que, diante do espancamento moral em que vivemos, querer o reconhecimento e a valorização do PROFESSOR talvez seja almejar muito. No fundo sabemos que um país ignorante, com PROFESSORES desmotivados, é muito mais interessante para o governo continuar a massa de manobra. É muito mais útil formar um povo inerte e que não pensa.
Ah, ia me esquecendo de repudiar outra barbárie que vem castigando toda a categoria: o desrespeito que determinados alunos têm com os mestres. Infelizmente ocorrem agressões das mais variadas, cometidas de forma leviana contra os professores em muitas salas de aula por este Brasil afora. E, o mais triste ainda, ninguém, nem mesmo os coordenadores estaduais, conseguem por fim a esse abuso sem dimensões. Muito triste!
Mas aqui fica registrado o meu apreço e meu apelo pela valorização dos nossos preciosos mestres. Dizem que no Japão, quando um PROFESSOR passa e é reconhecido, as pessoas o reverenciam e abaixam a cabeça, tamanha sua importância para a sociedade. Aos verdadeiros educadores, aqueles que o fazem por paixão, nossa reverência. Como não aproveitar essa oportuna chance de abraçar, depois de muito tempo, em forma de HOMENAGEM PÓSTUMA, o meu querido e saudoso PROFESSOR DOS BONS, que hoje mora e ministra aulas do linguajar português lá no céu, Oswaldo Minicucci.
Querido mestre, recebo semanalmente vários cumprimentos pelo modo como conto os meus “causos” nas minhas colunas semanais e, em todos os elogios recebidos, faço questão de “abraçá-lo” em forma de gratidão. Muito obrigado, por proporcionar-me tamanha alegria, sempre amado e inesquecível mestre OSWALDO MINICUCCI!
Por fim, abraço afetuosamente o querido casal Neide e PROFESSOR José Celso Soares Vieira, outra maravilha do mundo da Educação, membro da ABL – Academia Botucatuense de letras. Para a minha grata satisfação, ambos são leitores frequentes dos meus textos semanais.
Com o mesmo carinho abraço outro PROFESSOR “classe A”, que por ser um pouquinho forte, ainda não levou nenhum “sopapo” de alunos nesses anos todos de lecionamento: meu amigo Cláudio Hernandes Teixeira.
Rubens de Almeida – Alemão
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