Eta vidinha misteriosa né! Quando menos se espera, lá vem uma “pancada” que nos deixa desnorteados. E o pior, ninguém (ninguém mesmo) está fora dessa “legislação” divina; todos nós estamos à mercê das vontades DELE!
Estava eu, ao lado dos meus familiares (esposa, filhos, filhas e netos) curtindo um final de semana, no recanto mais amado do bairro da Mina (um patrimônio que o meu saudoso sogro Osvaldo Destro nos deixou de herança), no último sábado (07/08) – por sinal, uma manhã muito mais que linda e todinha ensolarada – quando uma ligação telefônica interrompeu a sequência de um trabalho que mais gosto de realizar: fazer molhos de pimenta. Do outro lado da linha, um amigo muitíssimo especial (Ubirajara Teixeira, o valioso Doutor Bira, “dono” incondicional da nossa UTI do HC) me trazia uma notícia muito triste: o falecimento da nossa estimada Professora, pioneira do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina, Cleide Enoir Petean Trindade, esposa do meu querido amigo, professor José Carlos Souza Trindade.
Também mãezona dos, também meus amigos, Cassio, André e Zequinha Trindade. Que tristeza tomou conta de mim! Confesso que na hora, só pensei no meu “amigo de fé”, professor Trindade, um companheiro diferenciado que, alguns anos atrás (melhor não falar quando), me reconheceu profissionalmente e me valorizou como CIDADÃO. Parei com tudo o que estava fazendo, inclusive, consegui acabar com o bem estar das minhas “preciosidades” que estavam ao meu lado, até porque, tive que convencê-las a voltar para a cidade imediatamente.
Voltei para Botucatu, pois era tudo o que queria, porém, meio perdido, fiz um questionamento: o que posso fazer pelo bem estar do meu mestre José Carlos de Souza Trindade? Quase nada, a não ser sofrer com ele, imaginei. No entanto, “coisas da vida” me direcionaram à pura realidade.
Meus amigos, a vida é mesmo assim, estamos todos (todos mesmos) numa “fila” e, o pior, numa fila que segue à risca todos os preceitos divinos, ou seja, hoje estamos aqui; amanhã, ali e depois de amanhã, sequer sabemos onde estaremos.
Agora vou ao encontro do que me deu inspiração para prestar a minha homenagem a uma senhora que certamente deixará um vazio enorme entre nós. O que posso falar da Professora Cleide, enquanto ela esteve entre nós? Muitoooooooo! Aliás, como não ter o que falar de uma “baita” mulher que Deus, o Todo Poderoso, levou para perto DELE, exatamente no dia em que o mundo inteiro comemora o “DIA DA MULHER”? Primeiramente, devo dizer que tive a grata satisfação de, ainda mocinho (isso no ano de 1968), quando a nossa Instituição também era “menina”, de ser contratado, por concurso público, para ser o “limpador” de várias salas do Departamento de Medicina, inclusive a sala que abrigava três ilustres médicas pediátricas, as doutoras Ercilia Trezza, Verena Maffei e a mais linda e charmosa de todas as mulheres que conheci em todo este meu viver por este mundinho de ninguém, a sempre elegante e educada Professora Cleide Petean Trindade. Que tempo bom! Pena que o “relógio do tempo” consumiu todas essas maravilhas, que na época curtíamos com muita intensidade.
Por estar, há anos, perto da família Trindade, sempre tive conhecimento das inúmeras coisas que essa CIDADÃ, de nome Cleide Trindade realizava ao longo das suas jornadas diárias de trabalho. Aliás, a última que Deus me proporcionou saber foi no ano de 2002, quando o mestre José Carlos Souza Trindade ocupava o cargo de Reitor da UNESP e eu, dava uma pequena assessoria na área social. Fomos recebidos, no Palácio dos Bandeirantes, pela esposa do ex-governador Geraldo Alckmin, a simpática e solidária senhora Lu Alckmin, no pleno desenrolar de uma campanha de arrecadação de roupas e agasalhos que mobilizou todos os campi da UNESP.
Lembro-me, com muita satisfação, do carinho como fomos recebidos e da maneira como a primeira dama do Estado recepcionou a Professora Cleide. Meu Deus! Fiquei encantado com a receptividade com que a professora Cleide recebeu naquele evento.
Enfim, meus amigos, a vida é mesmo desse jeito, todinha incerta e misteriosa, tanto que, preciso fazer uma confissão: neste triste velório, uma mistura de tristeza, com uma alegria um tanto quanto ofuscada, tomou conta do meu coração. Tristeza, porque estava deixando o meu último abraço a uma pessoa maravilhosa que Deus levou pra perto DELE, e que deixou muitos ensinamentos por aqui. Já em relação ao lado “alegre”, foi o fato de rever tantos amigos, professores pioneiros da nossa Instituição, e muitos ex-alunos todos juntos (Newton Dezoti; Flavio Massone; Osiris Esteves Pinto, Hamilton Yamamoto: Solange Ramires Daher; Ligia Maria Stuppo Rugolo; José Roberto Fioreto; Julio Nakagawa, um dos primeiros Administradores do Campus da UNESP; Ricardo de Arruda Veiga; Augusto Cesar Monteli; Eder Trezza e sua esposa Ercilia; Herculano Dias Bastos; Hamilton Pereira; José Goldenberg; Sidiney Lastória; Joel Lastoria; Ernesto Miralha; Joel Spadaro e esposa; Antonio Rugolo Junior; Celsinho Leite; André Spadaro; Rogério Saad; Kunie Coelho, Teruê Sadatsune e Edy de Lello Montenegro, e outros que, infelizmente, fugiram a minha mente). Pena que estávamos num “encontro de despedida”. Apesar do ambiente muito triste, fiquei feliz em rever tantos colegas com quem, lado a lado, construímos bonitas histórias, também levando o seu abraço de conforto ao mestre Trindade.
É minha gente, a vida também nos proporciona esses desencontros.
Querida, amada, adorada e inesquecível Professora Cleide Enoir Petean Trindade, com certeza, um dia voltaremos a nos encontrar! Não tenho dúvida nenhuma de que Deus, o nosso PAI a recebeu com honras de uma catedrática que muito fez pelo bem da nossa gente, muito especialmente das nossas crianças (muitas delas, hoje, cidadãs dignas e saudáveis).
Também, tenho absoluta certeza de que ELE, continuará ao nosso lado, em especial, junto desse “avião” que muito fez pelo crescimento e engrandecimento da nossa UNESP, o “Professor dos professores”, José Carlos Souza Trindade, o eterno Reitor da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, a nossa UNESP. Até qualquer dia estimada Professora Cleide Petean Trindade!
Rubens de Almeida – alemão/[email protected]
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